Funeral do escritor e encenador Alvaro García de Zúñiga é domingo

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Alvaro García de Zúñiga dr

O escritor, músico e encenador uruguaio Alvaro García de Zúñiga, que vivia em Portugal desde os anos 1990, morreu na quarta-feira, aos 56 anos, revelou quinta-feira fonte do Teatro Municipal São Luiz. O funeral realiza-se no domingo, às 16h, para o Cemitério dos Olivais, em Lisboa.

Nascido em Montevideo em 1958, Alvaro García de Zúñiga teve formação em violino e composição na Argentina, mas o percurso nas artes passou também pelo teatro, pelo cinema e pela literatura, deixando “uma obra prolífica”, como refere o teatro municipal.

O autor tinha prevista a encenação de Macbeth a peça escocesa, de Shakespeare, em Maio, no Centro Cultural de Belém, mas a estreia foi cancelada.

Para Alvaro García de Zúñiga, “a língua (e as línguas) são a matéria prima do trabalho.(...) Uma língua sem nacionalidade específica que se diverte a cruzar-se com outras línguas e a inverter as convenções linguísticas”, lê-se na biografia na página oficial da associação blablaLab, que o autor fundou em 1996 com Teresa Albuquerque.

Em Portugal, Alvaro García de Zuñiga assinou a autoria dos espectáculos como Teatro impossível, O Teatro é Puro Cinema, Conferência de imprensa e o mais recente programa de leitura e discussão da obra Dom Quixote de la Mancha, de Cervantes.

Sobre o Tratado Logico-Filosófico, de Ludwig Wittgenstein, concebeu Logicus & Filosoficus, acumulação de leituras dos diferentes enunciados da obra, que transformou em peça de teatro radiofónico para a RDP-Antena2.

Alvaro García de Zuñiga, que sobreviveu, nos anos 1980, a um cancro de pulmão, deixa ainda poesia, argumentos para cinema e televisão e textos teóricos.

Depois de estudar em Buenos Aires, Alvaro García de Zuñiga prosseguiu estudos em Londres, passou por Madrid, Paris e Colónia e fixou-se em Lisboa, onde se dedicou sobretudo à escrita, como refere numa autobiografia.

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