Fleetwood Mac de regresso aos concertos em 2013

Mick Fleetwood confessava há meses o receio de que os Fleetwood Mac não mais se reunissem. Agora Stevie Nicks veio serenar a ansiedade dos fãs.

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Banda vai voltar para 35 concertos Reuters

Não haverá novo álbum mas, na verdade, um novo álbum não é o mais importante. Os Fleetwood Mac têm um percurso longo e diversificado, do blues dos inícios à pop transversal do final da década de 1970, e, como acontece com muitos dos seus contemporâneos, interessa mais vê-los que acolher, não sem algum receio, um novo conjunto de canções. Portanto, rejubilem os fãs dos Fleetwood Mac. Stevie Nicks anunciou em entrevista ao Huffington Post que a banda regressará à estrada em 2013 para 35 concertos. Todos nos Estados Unidos.

O anúncio põe fim aos rumores, lançados há meses pelo baterista Mick Fleetwood, o único fundador que se mantém no grupo (o baixista John McVie falhou o primeiro single e os concertos iniciais em 1967), de que a banda não mais se reuniria. Culpava então Stevie Nicks e Lindsey Buckingham, responsáveis pela viragem para a sofisticação pop de, por exemplo, Rumours  (1977), estarem demasiado concentrados nos seus percursos a solo para que os Fleetwood Mac pudessem voltar a encontrar-se num palco. Exagero de Mick. Ao Huffington Post, Stevie Nicks reconhece que sim, que o seu último álbum a solo, In Your Dreams, lhe ocupou todo o tempo em 2012: é o preferido da sua discografia, afirma a cantora e compositora, e precisava de mais um tempo na estrada, “por causa do estado em que está indústria discográfica”. Mas a reunião dos Fleetwood Mac, que não editam um álbum de originais desde Say You Will (2003) e cuja última digressão aconteceu em 2009, nunca esteve posta de parte. É tudo uma questão de, digamos, conjugação cósmica. “Três é um bom número", disse Nicks. Acabaram em Novembro de 2009 a última digressão e vão começar os ensaios para a nova em Janeiro de 2013 - arranca a 4 de Abril na Nationwide Arena de Columbus, Ohio. "É uma convergência harmónica perfeita do momento em que devemos fazer isto."

Portanto, haverá uma série de concertos e oportunidades para ouvir novamente Dreams, Don’t stop ou Tusk. A banda está feliz. Há umas semanas Stevie Nicks passou uns tempos com o companheiro de banda e antigo amante Lindsey Buckingham a trabalhar em música. E quando o par está bem, tudo corre sobre rodas. “O Mick [Fleetwood] e o John [McVie] estão sempre bem. São tipos felizes. O problema são sempre os ‘drama queens’, eu e o Lindsey. Mas os ‘drama queens’ acalmaram e tentaram concentrar-se em quão sortudos são por ainda serem amigos e quão sortudos são por poderem cantar juntos.”

Com o tema reunião dos Fleetwood Mac encerrado, Stevie Nicks mostrou-se na entrevista ao Huffington Post mulher atenta e opinativa em relação ao mundo pop da actualidade. Mostrou-se orgulhosa quando lhe revelaram que Kanye West é grande fã dos Fleetwood Mac. Não só é admiradora do autor de My Beautiful Dark Twisted Fantasy como chegou a escrever-lhe uma carta, nunca endereçada, quando da inesperada morte da sua mãe, decorrente da complicações na sequência de uma operação plástica. "Talvez agora tenha mesmo que enviá-la", diz. Acha, por exemplo, que Rihanna devia ter uma banda rock: “Provavelmente seria mais feliz se tivesse feito algo desse género”. E que Beyoncé nunca devia ter acabado com as Destiny’s Child: “Nunca devemos acabar com a nossa banda, que pode dar-nos muito jeito com o passar do tempo”.

Ela nunca acabou com a banda que acabou por ser sua. Mantém-nos em suspenso, faz exasperar os fundadores e depois de terminar o trabalho que tem que fazer a solo, regressa. “A minha carreira a solo é como que uma festa íntima em casa. E os Fleetwood Mac são como uma festa monstruosa no Staple Center”. Stevie Nicks adora esse contraste: “Os dois mundos são tão diferentes que sinto realmente que estou a viver duas vidas diferentes”. A festa monstruosa arranca em Abril.
 


 

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