Filme Noé boicotado pelo Islão e criticado por católicos

Católicos e judeus americanos criticam filme de Darren Aronofsky, mas, no Médio Oriente, vários países foram mais longe e boicotaram a sua exibição.

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O realizador do filme, o judeu Darren Aronofsky, defende que foi “muito respeitoso” relativamente à história original DR

O filme, que conta com as interpretações de actores bem conhecidos como Russell Crowe, Jennifer Connelly e Anthony Hopkins, está a enfurecer o mundo árabe mais conservador. Mas católicos e judeus também têm censurado o filme, cuja estreia em Portugal está anunciada para 10 de Abril.

Até agora, os boicotes mais severos têm surgido de uma série de países como os Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrein e Koweit, que proibiram a exibição de Noé, com a alegação de que a história entra em conflito com o Islão. O Egipto e a Jordânia ainda estão a decidir se vão manter a estreia para 28 de Março ou se também irão proibir a exibição nos seus territórios.  

O que parece incomodar mais estes países é o facto de Noé ter uma representação física no filme, o que é considerado pecaminoso. O director de conteúdos de media no National Media Center dos Emirados Árabes Unidos, Juma Al-Leem, disse à Associated Press que o filme não será permitido nos cinemas daquele país, porque contradiz o tabu geralmente assumido no Islão de representar um profeta. "Há cenas que contradizem o Islão e a Bíblia, por isso, decidimos não o exibir", disse.

No Qatar e Bahrain, também confirmaram que não vão estrear o filme, porque ele "contradiz os ensinamentos do Islão."

Em Noé, Russell Crowe encarna o papel do profeta que construiu a arca que viria a ter o seu nome. Já nos Estados Unidos, grupos católicos conservadores têm-se manifestado junto das salas de cinemas, argumentando que o filme desvirtua uma das histórias mais conhecidas da Bíblia. Alguns judeus, para quem Noé é igualmente uma referência essencial, dizem, por sua vez, que o filme acaba por aligeirar a sua figura e a sua relação com Deus.

O realizador do filme, o judeu Darren Aronofsky, defende que foi “muito respeitoso” relativamente à história original. A Paramount incluiu uma nota no início do filme, explicando que foram tomadas “liberdades artísticas” na maneira de contar a história, mas mesmo assim os ânimos não acalmaram.

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