Festival Literário da Madeira começa hoje e homenageia Agustina Bessa-Luís

Foto
Agustina Bessa-Luís é a homenageada da edição deste ano Fernando Veludo/NFactos

Vinte escritores participam na segunda edição do Festival Literário da Madeira que começa nesta quinta-feira no Funchal e termina no domingo. Na conferência de abertura, Inês Pedrosa homenageia a autora de “A Corte do Norte”.

“Nasci adulta morrerei criança” é a frase de Agustina Bessa-Luís que servirá de mote à escritora Inês Pedrosa para homenagear a autora de “A Corte do Norte” na conferência de abertura da 2.ª edição do Festival Literário da Madeira que começa nesta quinta-feira, às 18h, no Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal, e termina no domingo.

Este ano, o festival que é uma iniciativa conjunta da Booktailors – Consultores Editoriais e da editora Nova Delphi e é financiado por privados, tem como mote o verso de Fernando Pessoa “Éramos felizes e não sabíamos”.

Valter Hugo Mãe, Francisco José Viegas, Afonso Cruz, Joel Neto, Jaime Rocha, Eduardo Pitta, Pedro Vieira, Patrícia Reis, José Mário Silva, Fernando Pinto do Amaral, Júlio Magalhães são alguns dos autores portugueses que, durante quatro dias, irão conviver com os convidados internacionais: o norte-americano Barry Wallenstein (professor de literatura e escrita criativa na Universidade de Nova Iorque e editor da American Book Review); o chinês Yang Lian (membro do grupo de poetas chineses que orbita em torno da revista literária Jintian); o poeta, músico e investigador italiano Francesco Benozzo; a poeta, ficcionista e ensaísta italiana Donatella Bisutti; a romancista cubana Karla Suárez e o espanhol José Manuel Fajardo.

Os temas das mesas são variações do verso de Pessoa, “Éramos felizes e não sabíamos”, que dá nome à primeira discussão, sexta-feira, às 18h. Inês Pedrosa, José Manuel Fajardo, Patrícia Reis, Pedro Vieira, Rui Nepomuceno vão reflectir sobre como a troika influenciou os nossos dias: “Até que ponto a actual conjuntura económica vai redefinir a criação literária em Portugal? Os cortes nas finanças dos portugueses conduzirão a uma maior iliteracia?”

“Éramos poors e não sabíamos” é o tema da mesa de sábado, às 10h. Afonso Cruz, Ana Margarida Falcão, Eduardo Pitta, Júlio Magalhães vão pensar se a crítica literária ainda influencia os leitores. “Com pouco espaço na imprensa, com a queda de venda dos jornais, será que os críticos ainda funcionam como agências de notação literária?” é a questão. Logo a seguir, às 11h45, na mesa “Éramos violentos e não sabíamos” vai ser discutido como é que a poesia pode mudar a nossa vida. “Desaparecida das livrarias, será que a poesia ainda é o que era ou já não somos um país de poetas? Que qualidade tem a poesia no país dos poetas sem qualidades?” são as pistas para a discussão entre Barry Wallenstein, Fernando Pinto do Amaral, Francesco Benozzo, Jaime Rocha, João Carlos Abreu e Yang Lian.

Nessa tarde de sábado, às 15h30, na mesa dedicada ao tema “Éramos piegas e não sabíamos”, os escritores Valter Hugo Mãe, Joel Neto, Manuela Ribeiro e o ilustrador Paulo Sérgio BEJu vão descobrir se “a lamechice influenciou a nossa literatura”: “Somos um povo de escritores e romances piegas. A lamúria afadistada sempre encontrou terreno fértil na literatura? Os nossos heróis sofrem e choram muito?” são as perguntas. E o festival encerrará, às 17h30, com o tema “Éramos originais e não sabíamos”, numa mesa com os escritores Francisco José Viegas, Graça Alves, José Mário Silva e Karla Suaréz em conversa sobre como andamos a escrever o mesmo que os clássicos: “Será a originalidade um valor sobrestimado? Na era da inovação obrigatória, a literatura tem sido capaz de se reinventar ou está cada vez mais repetitiva?”

Os escritores farão visitas a escolas e à Universidade da Madeira e paralelamente decorre uma feira do livro. E haverá ainda o espectáculo, “Ser Poeta não É Uma Invenção Minha”, uma sessão de música e poesia, coordenada por Donatella Bisutti com performances de Barry Wallenstein, Francesco Benozzo, Massimo Cavalli e Yang Lian com exibição de um vídeo de Giorgio Longo. Acontece sexta-feira, às 21h30, no Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal. O programa do festival pode ser consultado aqui.

Sugerir correcção
Comentar