Estudo diz que violência nos filmes duplicou desde 1950

Foram analisados 945 filmes, entre os que tiveram melhores receitas de bilheteira em cada ano das últimas seis décadas.

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A violência com armas triplicou desde 1985

Um estudo feito nos EUA, o país que lidera a produção mundial de filmes, concluiu que o número de cenas violentas nos filmes mais vistos duplicou desde 1950 e que os filmes classificados naquele país como sendo genericamente apropriados para jovens têm mais cenas violentas com armas de fogo do que os filmes para adultos.

A pesquisa foi conduzida por investigadores das universidades americanas de Columbus e da Pensilvânia e da Universidade de Amesterdão, na Holanda. Foi analisada uma amostra de 945 filmes, retirados da lista dos 30 filmes com mais receitas de bilheteira em cada ano entre 1950 e 2012. Os resultados serão publicados no próximo mês, numa revista especializada em pediatria.

Ao todo, o estudo encontrou 17.695 cenas consideradas violentas, com os filmes de 2012 a terem, em média, duas vezes mais cenas violentas do que os de 1950. Foram classificadas como sendo violentas as cenas em que um agressor “faz ou tenta fazer um contacto físico com a intenção de causar ferimentos ou morte”.

Para além disto, os autores analisaram a presença de armas de fogo em cenas violentas desde 1985, ano em que os EUA adoptaram o actual sistema de classificação de filmes, um método que varia consoante os países (na definição de arma usada cabem apenas os objectos que possam ser segurados com uma ou duas mãos). A contagem notou que a violência com armas triplicou nos filmes com a classificação PG-13, que é atribuída quando algum conteúdo pode ser considerado inapropriado para menores de 13 e quando é aconselhada vigilância parental.

Os dados indicam ainda que, no ano passado, o número de cenas de violência com armas era maior nos filmes PG-13 do que nos filmes com a classificação R, que determina que o acesso aos filmes no cinema é restrito, tendo os menores de 17 anos de estar acompanhados por adultos.

“Mesmo que os jovens não usem armas, estas descobertas sugerem que estão expostos a uma crescente violência com armas nos filmes que mais vendem”, conclui o estudo. “Estas descobertas são preocupantes porque muitos estudos científicos mostraram que filmes violentos podem aumentar a agressão. Além disso, os filmes violentos estão hoje facilmente acessíveis aos jovens (por exemplo, na Internet e na televisão por cabo).”

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