Embarcação do faraó Queóps desenterrada no Egipto

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Trabalhadores retiram uma das pedras que cobriam a embarcação Reuters

Foi desenterrada junto da Grande Pirâmide de Gizé, no Egipto, uma embarcação do faraó Queóps, escondida numa câmara subterrânea há 4.550 anos. Tem 40 metros de comprimento e cinco de largura, e é feito de madeira de cedro do Líbano. É o segundo barco descoberto no local.

Em 1954 o arqueólogo egípcio Kamal el Mallaj descobriu uma barca pertencente a Queóps. A uns metros dessa escavação estava outra embarcação, que os arqueólogos preferiram manter coberta para não a danificar. Ontem, uma equipa composta por arqueólogos egípcios e japoneses levantou o primeiro bloco de pedra, com cerca de uma tonelada e meia, que desvenda um mistério egípcio que permaneceu debaixo das areias do deserto nos últimos 4.500 anos.

Quando Kamal el Mallaj encontrou a primeira embarcação em 1954 já existiam provas de que junto desse local estava escondida uma embarcação similar, que também pertencia a Queóps. As evidências não foram exploradas até 1987, cerca de 30 anos depois da descoberta, data em que começaram os estudos com ondas electromagnéticas e sondas. Inicialmente, os arqueólogos decidiram preservá-la intacta debaixo de blocos de pedra para evitar que ficasse danificada.

Quéops, o construtor da Grande Pirâmide, foi o segundo faraó da IV dinastia e reinou entre 2609 e 2584 a.C. Dele apenas se conserva uma imagem: uma pequena estatueta de 10 centímetros em exposição no Museu do Cairo.

Os especialistas enviaram uma pequena câmara para estudar a embarcação e as imagens juntamente com a análise da humidade e da temperatura do local indicavam que a maioria das peças de madeira estavam gravemente danificadas. “Pensávamos que o estado de conservação da madeira era muito mau, mas hoje vimos que não está tão mau e temos esperança de que podemos reconstruir a barca”, declarou Yoshimura à agência EFE.

O Ministro de Estado para as Antiguidades do Egipto, Zahi Hawas, apresentou o projecto de restauração com Sakuji Yoshimura, professor da Universidade Waseda, no Japão. Desde 2008, quando a investigação foi retomada, que a equipa de restauração é composta por um conjunto de arqueólogos chineses, dirigidos por Yoshumura, e egípcios.

Além da segunda embarcação, a equipa de arqueólogos desenterrou um cartucho com o nome de Quéops e hieróglifos sem cartucho com o nome do seu filho Jafra.

A reconstrução da primeira barca demorou cerca de 13 anos e obrigou Kamal el Mallaj a quatro tentativas para unir as 651 peças. Desde 1982, pode ser vista por todos os visitantes do Museu do Cairo, junto à Grande Pirâmide.

Segundo Zahi Hawas, a segunda embarcação, que permanece em câmara subterrânea coberta por blocos de pedra de 16 toneladas, será restaurada num trabalho com conclusão prevista para dentro de 4 anos e será depois, juntamente com a primeira, transladada para o novo Grande Museu Egípcio, que está a ser construído junto da Grande Pirâmide de Gizé.

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