Dois vencedores do Prémio Branquinho da Fonseca para a infância

Nesta edição, houve poucos originais a concurso e não foi atribuído prémio na modalidade juvenil.

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Ana Banha

O Primeiro País da Manhã , de Ricardo Gonçalves Dias (18 anos), e O Cotão Simão , de Ana Rita Faustino (25 anos), foram os textos vencedores da sétima edição do Prémio Branquinho da Fonseca na modalidade de literatura para a infância, num ano em que concorreram apenas 16 obras nesta categoria.

Na modalidade de literatura juvenil, nenhuma das 13 obras analisadas atingiu “o grau de exigência que se impôs desde que o prémio foi instituído”. De acordo com José António Gomes, crítico literário e escritor que fez parte do júri, há alguns equívocos nesta modalidade, “com originais que não correspondem a produtos narrativos dirigidos a jovens”. Os autores enviam textos como se “estivessem a concorrer para prémios de natureza diferente”.

José António Gomes pensa que o decréscimo de concorrentes nesta edição se possa dever, em parte, “aos custos de reprodução, encadernação e portes de envio dos originais, numa altura em que as pessoas se retraem com despesas extra”.

Para o jurado, O Primeiro País da Manhã “é um texto interessante ao nível da expressividade linguística, com alguns achados em termos de linguagem. Este tipo de talento num jovem faz prever que cresça literariamente”.

Sobre Cotão Simão, diz ser “uma história simpática e de fácil leitura por crianças muito novas”. Nela se retoma um velho motivo literário, o do “amigo imaginário”, que neste caso é um bocadinho de cotão. Os autores irão partilhar cinco mil euros, atribuídos pela Fundação Calouste Gulbenkian e jornal Expresso, e verão os seus textos publicados em livro.

O júri decidiu ainda atribuir uma menção honrosa ao trabalho de Elisabete Catarino, O Vulcão Sopão, que, “não sendo um texto literário nem com personagens de grande profundidade, vale pelo carácter didáctico e pela actualidade do tema: a obesidade infantil”.

Os restantes elementos do júri foram Ana Maria Magalhães e Rita Taborda Duarte (escritoras), Fernando Madrinha (Expresso) e Maria Helena Melim Borges (Gulbenkian).

José António Gomes lembra que o Prémio Branquinho da Fonseca “já ajudou a lançar alguns nomes importantes, como Gonçalo M. Tavares, David Machado, Rita Taborda Duarte (agora jurada) e Filipe Faria”, mas que “não se pode esperar grandes revelações todos os anos”.

 

 
 

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