Dia Mundial da Música: centenas de saxofones e flautas e um pianoforte para celebrar

Um pianoforte que não é ouvido há cerca de 50 anos, cem flautas e cem saxofones num concerto inédito vão dar som a alguns dos momentos que ao longo desta terça-feira, em várias cidades do país, assinalam o Dia Mundial da Música.

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miguel manso

O pianoforte de Henrique van Casteel, construído há 250 anos, faz parte do espólio do Museu da Música, em Lisboa, onde se realiza o recital às 18h, pelo pianista José Carlos Araújo. O recital é constituído por peças de Carlos Seixas, Domenico Scarlatti e Francisco Xavier Baptista.

Este museu propõe uma programação especial, que inclui a partir das 10h30 um atelier destinado ao público escolar, intitulado O Futuro da Música: Stradivarius virtual que “visa explorar as tecnologias ligadas à música ao mesmo tempo que procura refletir sobre os avanços verificados ao nível da receção musical”, explica em nota o museu.

Às 19h é inaugurada a exposição de cartazes de ópera de Rafal Olbinski, um pintor, ilustrador e designer surrealista nascido na Polónia. “As suas obras estão expostas em reconhecidas galerias de variados países, como o Museum of Modern Art, de Nova Iorque, o Suntory Museum of Art, de Tóquio e o Museu do Póster de Varsóvia”, refere a mesma nota.

Ainda em Lisboa, no Museu do Fado, é apresentado o CD Amália por Júlio Resende, um álbum em que o pianista interpreta fados do repertório da fadista, como Fado Português, Vou dar de beber à dor e Foi Deus, entre outros. Uma das faixas do álbum é um “dueto” entre o pianista e a fadista, através da recuperação de uma gravação da artista, falecida há cerca de 14 anos.

Também na capital, no Teatro da Trindade, às 18h30 apresentam-se os alunos premiados do Prémio Fundação Inatel, e atuam o Triokovitch, constituído por Lucas Freitas (violino), Joaquim Morais (violoncelo) e Tiago Rosário (piano), e Stravinstrio, do qual fazem parte o clarinetista Vítor Trindade, o violinista Miguel Erlich e a pianista Ana Pires.

No Porto, a Casa da Música apresenta uma programação que se inicia às 12h no bar Dourado com a apresentação de uma instalação audiovisual a partir do disco Digitopia Collective. Às 18h é apresentado o livro Histórias improváveis no mundo da música, de Jorge Basílio. Nesta cerimónia actua um quinteto de metais.

Às 22h é apresentado o primeiro CD do ensemble Digicopia Collective, um projecto do Serviço Educativo Casa da Música. Às 21h, na sala Suggia, concerto pela Orquestra de 100 Flautas e 100 saxofones, no qual é estreado ao arranjo de Daniel Moreira para orquestra de 100 flautas e de 100 saxofones; da abertura de Orfeo, de Claudio Montverdi, uma encomenda desta sala portuense.

A BandaMóvel, espectáculo itinerante numa co-produção com a Radar 360-Associação Cultural, marcado também para este primeiro dia do mês, viu a sua data alterada para sexta-feira. A trupe de músicos e actores promete, ainda assim, percorrer várias zonas da cidade do Porto “com um espetáculo que salta, literalmente, de uma carrinha”, semeando “humor para colher gargalhadas”, conforme refere o Programa da Casa da Música.

O Teatro Nacional São João assinala a data com o Concerto lírico de beneficência nos Claustros do Mosteiro de São Bento da Vitória, inserido no programa dos 900 anos da ordem Soberana e Militar de Malta. Dirigidos pelo maestro Capitão João Cerqueira, os quatro cantores líricos acompanhados pela Orquestra da Guarda Nacional Republicana, interpretam excertos de obras de grandes compositores como Donizett, Verdi ou Puccini. A receita do concerto (os bilhetes são a dez euros) reverte a favor das obras assistenciais e hospitalárias da Ordem de Malta.

Em Gaia, o Cine Teatro Eduardo Brazão apresenta também um programa evocativo do Dia Mundial da Música, um recital de piano de Saul Picado, pelas 21h30, com interpretações de Mozart, Schubert, Rachmaninoff e Prokofiev.

Para celebrar o dia, a Banda da Covilhã realiza na sua sede, às 19h, um “seminário/introdução ao novo ano lectivo”, com a participação do seu director artístico, Eduardo Cavaco, o maestro e diretor pedagógico, Luís Clemente, e a coordenadora das classes de bailado clássico, Ana Pereira.

Em Coimbra, a Orquestra Clássica do Centro (OCC) apresenta o novo CD constituído por Em memória da madrugada, da compositora Marina Pikpoul, On Hearing the First Cuckoo in Spring, de Frederick Delius, e Petite Suite, de Claude Débussy. Dez por cento das vendas deste CD revertem a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

A apresentação, às 21h30 no Grande Auditório do Conservatório de Coimbra, inclui um concerto pela OCC, dirigida pelo maestro David Wyn Lloyd, em que será solista o oboísta Andrew Swinnerton, que celebra 40 anos de carreira. Swinnerton é primeiro solista da Orquestra Gulbenkian, e irá interpretar o Concerto para Oboé e orquestra em Dó Maior, de Mozart. A OCC interpretará também as peças que constituem o CD
 
 

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