Concentração em defesa da Cinemateca agendada para sexta-feira em Lisboa

Directora da instituição disse que esta corre o risco de suspender as suas actividades a partir de Setembro

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A concentração está marcada para o final do dia de sexta-feira, em vésperas do final do mês Ricardo Silva

Uma concentração em defesa da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema está a ser convocada através de uma página na rede social Facebook para sexta-feira, às 19h, na sequência dos problemas financeiros que a instituição atravessa. A directora da Cinemateca, Maria João Seixas, disse ao PÚBLICO no passado dia 20 que a partir de Agosto “a Cinemateca não pode avançar”devido a esses problemas de tesouraria.

A concentração agendada para amanhã e que está a ser divulgada através do Facebook descreve-se como uma iniciativa “cívica e apartidária de cidadãos que amam o cinema” e que ”reivindicam o não encerramento da Cinemateca Portuguesa”, que associam a um “importante serviço público de difusão e preservação da arte cinematográfica e, em especial, do cinema português”.

Os organizadores da concentração frisam a importância da “manutenção do Museu do Cinema, do seu serviço educativo através da Cinemateca Júnior, da sua biblioteca especializada e do ANIM - Arquivo Nacional de Imagens em Movimento, entidade que é única no trabalho de conservação e restauro do património cinematográfico nacional”.

A Secretaria de Estado da Cultura mantém em comunicado que “a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema e o ANIM não vão fechar. Independentemente de quaisquer circunstâncias, as medidas para garantir o funcionamento da Cinemateca estão a ser asseguradas”, sem adiantar esta quinta-feira mais pormenores.

Os problemas financeiros que a Cinemateca ultrapassa são do conhecimento da tutela desde Abril, segundo Maria João Seixas, tendo sido accionadas “dotações extraordinárias” do Fundo de Fomento Cultural em Junho e Julho (400 mil euros no total) para solucionar esses problemas. Mas em Agosto não surgiram verbas para compensar os problemas administrativos e financeiros da instituição, causados pelas quebras nas receitas publicitárias das televisões – os anunciantes são obrigados por lei a pagar uma taxa de 4% sobre a publicidade exibida nos canais de televisão e 20% do total dessa taxa destina-se ao financiamento da Cinemateca e do ANIM – mas também à perda de autonomia financeira e de gestão das instituições.

Além da concentração agendada para sexta-feira, na véspera do final do mês e com a programação de Setembro delineada na instituição, existe ainda uma petição online em defesa da Cinemateca que tem também como objectivo que o tema seja discutido na Assembleia da República e que já ultrapassou as 4000 assinaturas – o número necessário para cumprir os requisitos para ser debatida no Parlamento.
 
 

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