Cinemateca procura filmes amadores sobre os dias da revolução de Abril

Filmes feitos em 1974 para serem exibidos no dia do 40.º aniversário da revolução de 25 de Abril de 1974

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Enric Vives-Rubio

A Cinemateca Portuguesa procura filmes amadores que tenham sido feitos nos "dias revolucionários de 1974", para que sejam exibidos no próximo dia 25, assinalando os 40 anos da revolução.

A Cinemateca tem dedicado a programação deste mês à revolução de Abril de 1974 com filmes militantes, etnográficos, censurados, documentários e ficção do Cinema Novo.

A estes, o Museu do Cinema quer juntar, numa sessão especial no dia 25 de Abril, à tarde, registos que os portugueses fizeram com as suas próprias câmaras, "nos formatos amadores comuns à época, designadamente Super 8" sobre os acontecimentos da revolução.

A 25 de Abril, a Cinemateca irá exibir também a cobertura televisiva da RTP, revelando a "euforia do dia captada em directo", assim como as imagens em bruto, não montadas, sem som e sem cortes, que integram a colecção da Cinemateca.

Serão ainda mostrados dois números especiais de actualidades, intitulados 25 de Abril de 1974 e 1.º de maio de 1974 e O povo unido jamais será vencido, de António Escudeiro, assim como Cravos de Abril, de Ricardo Costa, e Os caminhos da liberdade, do colectivo da Cinequipa.

À noite, passará As armas e o povo, feito em 1975 por um colectivo de realizadores, entre os quais José Fonseca e Costa, Fernando Lopes, João César Monteiro, Glauber Rocha, Alberto Seixas Santos, António da Cunha Telles e António-Pedro Vasconcelos.

Torre Bela, filme de Thomas Harlan, de 1977, que regista a ocupação da herdade do Duque de Lafões, e um colóquio com o crítico e cineclubista Manuel Pina, replicando um encontro que aconteceu na Cinemateca, a 25 de Abril de 1974.

A programação de abril da Cinemateca tem por título 25 de Abril sempre - O movimento das coisas e incluiu filmes como Brandos costumes, de Alberto Seixas Santos, Deus, Pátria, Autoridade (1975), documentário experimental de Rui Simões sobre o Estado Novo, As paredes pintadas da revolução portuguesa (1976), de António Campos. A vertente etnográfica e de registo das práticas populares revela-se com Máscaras (1976), de Noémia Delgado, Continuar a viver - Os índios da meia praia (1976), de António da Cunha Telles, sobre uma comunidade piscatória em Lagos, e Trás-os-montes (1976), de António Reis e Margarida Cordeiro.

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