Cinema King, em Lisboa, em risco de fechar

Paulo Branco quer negociar o valor da actualização da renda proposta, quase o triplo do que é actualmente pago, com o proprietário do cinema.

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O cinema King, em Lisboa, corre risco de fechar, por causa de uma proposta de actualização do valor da renda, afirmou à Lusa o exibidor, Paulo Branco, que garantiu a manutenção dos postos de trabalho, em caso de encerramento.

“Não está nada decidido, mas há uma ameaça”, lamentou o exibidor e produtor, que terá uma reunião este mês com o proprietário do cinema para negociar o valor da actualização da renda proposta, quase o triplo do que é actualmente pago.

Paulo Branco referiu ainda à Lusa que os trabalhadores foram informados da actual situação, tendo-lhes sido garantida a manutenção dos postos de trabalho, possivelmente noutras salas de cinema detidas pela Medeia Filmes.

Contactada pela Lusa, fonte do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav) deu como certo o cenário de encerramento do cinema e a transferência dos sete trabalhadores.

O cinema King, que integra duas salas – chegou a ter três em funcionamento – para exibição sobretudo de cinema de autor, fica paredes meias com o Teatro Municipal Maria Matos e é gerido, desde 1990, pela exibidora Medeia Filmes, de Paulo Branco.

A Medeia Filmes detém ainda o cinema Monumental, Nimas e Fonte Nova, todos em Lisboa, e tem programação no Cine Estúdio Teatro do Campo Alegre, no Porto, Auditório Charlot, em Setúbal, no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, no Theatro Circo de Braga e no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra.

De acordo com dados do Instituto do Cinema e Audiovisual, até Setembro a exibidora Medeia Filmes (incluindo o cinema Fonte Nova) contabilizou cerca de 168 mil espectadores e cerca de 790 mil euros de receitas de bilheteira.

O Cinema King abriu no espaço onde antes funcionou o Cinema Vox, inaugurado em Abril de 1969.

Em 2011, Paulo Branco encerrou os cinemas Saldanha Residence, que funcionavam praticamente em frente ao cinema Monumental, deixando nove pessoas sem trabalho.

Este ano, a rede de exibição de cinema em Portugal sofre uma mudança depois da exibidora Socorama ter aberto falência, fechando algumas das salas que detinha (mais de cem) de norte a sul do país.

Algumas dessas salas de cinema, em particular as que estão localizadas em centros comerciais, têm estado a reabrir gradualmente por iniciativa da exibidora brasileira Orient.
 
 

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