Casa da Música já tem nova administração

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No balanço da actividade de 2012, é referido que a Casa da Música registou 486 mil espectadores e visitantes Paulo Ricca

Relatório & Contas relativo a 2012 foi aprovado por unanimidade. Mas a Fundação teve, pela primeira vez na sua história, um saldo negativo, que ascendeu a mais de meio milhão de euros.

O Conselho de Fundadores da Casa da Música elegeu esta sexta-feira a nova administração para a instituição, que irá completar o mandato do elenco demissionário, e que vai até Dezembro de 2014. Da anterior equipa,  transitam dois nomes: José Manuel Dias da Fonseca, que era o presidente, e integra o núcleo de quatro administradores nomeados pelos fundadores privados, por proposta do seu presidente, Luís Valente de Oliveira; e Maria Amélia Cupertino de Miranda, que permanece em representação da Câmara Municipal e da Junta Metropolitana do Porto. Os restantes membros escolhidos pelos privados são José Pena do Amaral, economista e administrador do BPI, José Manuel dos Santos, director cultural da Fundação EDP, e Rita Domingues, advogada e administradora da empresa Barbosa & Almeida.

O Estado nomeou Augusto Lopes Cardoso, advogado, e Jorge Manuel Castro Ribeiro, musicólogo.O novo conselho de administração vai agora escolher, em data ainda a designar, qual dos seus membros assumirá a presidência. Mas Valente de Oliveira anunciou que estará de parte a nomeação de um administrador-delegado – lugar até agora desempenhado por Nuno Azevedo. Em vez disso, haverá um director-geral, também ainda a designar, e a nova administração irá distribuir entre si a responsabilidade por vários pelouros temáticos: programação musical, inserção no tecido cultural e artístico da cidade, serviço educativo, correcção jurídica...

“A Casa da Música tem um excelente Conselho de Administração”, afirmou Valente de Oliveira no final da reunião. Mas admitiu que o novo elenco vai ter de encontrar “uma base mais alargada” para a captação de novos recursos que permitam suprir os cortes orçamentais de 30% (na dotação base de dez milhões de euros) decididos no final do ano passado pela Secretaria de Estado da Cultura, e que estiveram na origem na demissão da anterior administração.

No primeiro ponto da ordem de trabalhos, o Conselho de Fundadores aprovou “por unanimidade e com um aplauso” o Relatório & Contas relativo a 2012, e agradeceu o desempenho da equipa cessante. No relatório de balanço avulta, contudo, um saldo negativo de 542 mil euros – é a primeira vez que isso acontece desde a constituição da Fundação, no início de 2006 –, motivado pela redução na dotação do Estado. “As contas revelam o forte impacto da decisão do Estado em reduzir o apoio financeiro em mais um milhão de euros do que o previsto para 2012, decisão conhecida apenas em 30 de Novembro passado, decorrido, portanto, praticamente todo o exercício de 2012”, realça o comunicado da anterior administração.

No momento de abandonar o cargo que ocupou nos últimos sete anos, Nuno Azevedo disse ter sido “um privilégio ter servido a Casa da Música”. Mas reafirmou a sua crítica aos cortes orçamentais estatais. “É uma redução para além do razoável, e eu não quis ser conivente com essa decisão”, disse o ex-administrador.

No balanço da actividade de 2012, é referido que a Casa da Música registou 486 mil espectadores e visitantes, quase metade dos quais tendo participado nas actividades do Serviço Educativo. E é uma vez mais lembrado que o custo para o

Estado da Casa da Música passou dos 15 milhões de euros anuais, em 2005, para os actuais 7 milhões de euros.

 

 

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