Canaletto da colecção Champalimaud atinge recorde no leilão da Christie’s

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Algumas das peças mais importantes regressam a Portugal pela mão da família de Champalimaud DR

Dezasseis milhões e 800 mil euros foi o valor atingido ontem ao início da noite pela pintura de Canaletto, O Bucintoro no Molo no Dia da Ascensão, no leilão da colecção de António Champalimaud na Christie"s, em Londres.

O valor da venda da estrela do leilão quase triplica a base mínima de licitação (5,9 milhões). A peça foi vendida por telefone a um coleccionador anónimo e estabeleceu um novo recorde para uma obra de Canaletto.

Houve uma grande burburinho quando o quadro entrou na sala (era o lote 20 dos 74 que ontem foram a leilão), mas a licitação acabou por ser discutida ao telefone entre dois potenciais compradores. No final, houve aplausos. Esta noite, a concorrente Sotheby"s vende dois Canalettos com bases de licitações mais elevadas e, a julgar pelo valor atingido ontem, é provável que se alcance um novo recorde para quadros deste pintor do século XVIII.

No total, a primeira sessão do leilão da colecção do industrial e multimilionário português rendeu 44,1 milhões de euros, o dobro do que era esperado para os dois dias (a base mínima de venda do conjunto situava-se nos 22 milhões de euros). As expectativas foram ultrapassadas em quase todas as peças, ficando apenas três por vender. Algumas das peças mais importantes regressam a Portugal pela mão da família do próprio Champalimaud. Estiveram dezenas de portugueses na sala, entre eles a presidente da Fundação Champalimaud (principal beneficiária com a venda da colecção), Leonor Beleza e duas netas de Champalimaud, que arrebataram, entre outras peças, um Par de Mouros Reais (séc. XVII-XVIII), por 1,2 milhões de euros (base de licitição de 886 mil euros). Foi a nona peça a atingir um valor mais alto.

"Foi um grande leilão. Vieram pessoas de todo o mundo comprar e pagaram valores altíssimos. Muitos portugueses participaram e uma das peças mais importantes vai para Portugal", afirmou Pedro Grão, vice-presidente da leiloeira para a Europa, referindo-se ao Par de Mouros adquirido pela família.

Entre as dez peças de valor mais elevado encontram-se uma cómoda de Luís XVI, vendida por 3,4 milhões de euros, a Ilha de San Cristoforo, de Guardi, por 2,6 milhões e as pinturas Piazetta e Piazza San Marco, também de Canaleto, vendidas por 2.6 milhões. Na sessão de hoje, vão ser leiloadas peças de mobília francesa e porcelana da Companhia das Índias. Um par de leopardos em porcelana chinesa biscuit é a estrela da manhã.

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