Biografia: Mario Vargas Llosa é um dos autores mais premiados da América Latina

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Mario Vargas Llosa Susana Vera/Reuters

O escritor Mario Vargas Llosa, 74 anos, galardoado com o Prémio Nobel da Literatura 2010, é um dos mais premiados autores da América Latina pelo seu trabalho como romancista, ensaísta e dramaturgo.

Há muito que Vargas Llosa se encontrava na lista dos candidatos ao Nobel, e este ano a Academia Sueca decidiu coroar a sua vasta obra atribuindo-lhe o maior galardão mundial para a literatura.

Da longa bibliografia destacam-se “A Casa Verde” (1967), “Conversa na Catedral” (1969), “Pantaleão e as Visitadoras” (1973), “A Tia Júlia e o Escrevedor” (1977) e “A Guerra do Fim do Mundo” (1981), “História de Mayta” (1984), “Quem Matou Palomino Molero?” (1986), “O Falador” (1987), “Elogio da Madrasta” (1988).

A partir da década de 1990 escreveu, entre outros, “Como Peixe na Água” (1993), “Os Cadernos de Dom Rigoberto” (1997), “Cartas a Um Jovem Romancista” (1997), “A Festa do Chibo” (2000), o “Paraíso na Outra Esquina” (2003), “Travessuras da menina má” (2006), e “Diário do Iraque” (2007), o mais recente.

Nascido em Arequipa, no Peru, a 28 de março de 1936, Jorge Mario Vargas Llosa, já era reconhecido com um dos maiores escritores em língua espanhola, com uma carreira também dedicada ao jornalismo, ao ensaísmo e ao activismo político.

Filho único nascido numa família de classe média, estudou no Colégio Militar Leôncio Prado, em La Perla, como aluno interno, experiência que servirá de tema do seu primeiro livro, “La ciudad y los perros” (“A cidade e os cães”) (1963).

Estudou Letras e Direito na Universidad Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, e nos anos 1950 recebe uma bolsa de estudos para estudar em Espanha, na Universidade de Madrid, onde obtém um doutorado em Filosofia e Letras.

Como intelectual e escritor foi fortemente influenciado pelo existencialismo do filósofo francês Jean Paul Sartre e também pela obra do norte-americano William Faulkner.

Na área política, presidiu, em 1983, a uma comissão que investigou a morte de oito jornalistas, no final dessa década lançou um movimento liberal contra a desestatização da economia, e em 1990 concorreu à presidência do país com a Frente Democrata (FREDEMO), partido de centro-direita, mas foi Alberto Fujimori que acabou por ganhar as eleições.

Na sequência dessa derrota, retomou a actividade literária em Londres, cidade que mais tarde apreciaria pelo anonimato e a calma que lhe proporcionava para poder escrever, mas também dividiu residência por Paris, Barcelona e Madrid.

Foi galardoado, entre outros, com o Prémio Rómulo Gallegos (1967), o Prémio Cervantes (1994), o Prémio Nacional de Novela do Peru (1967), o Prémio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha (1986) e o Prémio da Paz de Autores da Alemanha, concedido na Feira do Livro de Frankfurt (1997).

Em 1985 foi condecorado pelo governo francês com a Medalha de Honra.

Depois da contestação ao governo de Fujimori, em 1993 pediu a nacionalidade espanhola, mantendo também a peruana.

Aos 74 anos, Mário Vargas Llosa, membro da Real Academia Espanhola da Língua, mantém-se ainda em intensa actividade como romancista, crítico literário, colunista na imprensa, ensaísta, dramaturgo e professor universitário.

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