BAFTA distinguem Argo e confirmam “segundo acto” de Ben Affleck

Sem um vencedor que esmagasse a concorrência, os BAFTA deram a Argo o balanço necessário para os Óscares. Os Miseráveis ganharam na contabilidade.

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Ben Affleck exibe os BAFTA para melhor realizador e melhor filme ganhos com Argo Suzanne Plunkett/Reuters
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Anne Hathaway repetiu em Londres a vitória dos Globos de Ouro Suzanne Plunkett/Reuters
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Absoluto nos prémios, Daniel Day-Lewis brincou com "o método" e disse que mantém em personagem há 55 anos Amdrew Cowie/AFP
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Quentin Tarantino esconde-se atrás do BAFTA para melhor argumento original Suzanne Plunkett/Reuters
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Sir Alan Parker foi o homenageado deste ano com o Fellowship Award Amdrew Cowie/AFP
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00h30: Hora Negra, protagonizado por Jessica Chastain, deixou a Royal Opera House sem qualquer prémio Amdrew Cowie/AFP

Melhor filme e melhor realização. Argo repetiu a proeza do mês passado, nos Globos de Ouro, e venceu nas principais categorias dos BAFTA. Ben Affleck era um homem feliz, neste domingo à noite, em Londres. Com a Royal Opera House cheia de estrelas, o actor e realizador norte-americano agradeceu a oportunidade para o “segundo acto” da sua carreira.

“Isto é um segundo acto”, afirmou Affleck. “E vocês deram-me isso, esta indústria deu-me isso. Portanto, gostaria de dedicar este prémio a todos os que estejam à procura do seu segundo acto”, rematou, segundo o Guardian, no discurso de agradecimento pelo BAFTA para melhor realizador, categoria na qual nem sequer está nomeado para os Óscares.

Os prémios da Academia Britânica de Artes Televisivas e Cinematográficas são uma das mais relevantes antecâmaras às estatuetas douradas de Hollywood, os mais apetecidos prémios do cinema – que este ano serão entregues a 24 de Fevereiro. E Argo, que também ganhou o BAFTA para melhor montagem, está bem lançado na corrida para Los Angeles que, no que diz respeito a nomeações, é dominada por Lincoln.

O filme de Steven Spielberg era também o que concorria no maior número de categorias nesta noite (dez), mas apenas o incontornável Daniel Day-Lewis conseguiu arrecadar um prémio para Lincoln. O seu desempenho como 16.º Presidente norte-americano, na fase final da guerra civil dos EUA e na luta pela abolição da escravatura naquele país, valeu-lhe o BAFTA para melhor actor. O reconhecimento tem sido absoluto.

Emmanuelle Riva, que com a sua personagem em Amor contou a história de violência que é ser-se velho, ganhou o prémio para melhor actriz. Com 85 anos, a francesa não esteve em Londres. Mas quando o BAFTA lhe chegar às mãos poderá juntá-lo às distinções de que foi alvo no Festival de Cannes e nos prémios da Academia Europeia de Cinema, dos quais Amor saiu triunfante em Dezembro. Nos BAFTA, o filme de Michael Haneke venceu ainda a categoria de melhor filme em língua não inglesa.

O britânico Tom Hooper regressou a casa mais satisfeito do que em 2011, ano em que o seu O Discurso do Rei não ganhou na única categoria para que estava nomeado (melhor realizador), acabando por ser reconhecido fora de portas, nos Óscares, como melhor filme. Desta vez, o realizador viu o seu filme a concurso, Os Miseráveis, arrecadar quatro prémios.

Em termos contabilísticos, a adaptação de Hooper do clássico de Victor Hugo foi a vencedora da noite. No entanto, três dos quatro BAFTA distinguiram o filme em categorias de pouco relevo: som, maquilhagem e desenho de produção. Anne Hathaway conquistou o quarto, para melhor actriz secundária.

Hathaway repetiu a vitória dos Globos de Ouro, tal como Christoph Waltz, distinguido em Londres como melhor actor secundário pelo seu caçador de prémios na América esclavagista de Django Libertado. O polémico filme de Quentin Tarantino, que venceu ainda o BAFTA para melhor argumento original, somou dois prémios. Os mesmos que A Vida de Pi (fotografia e efeitos visuais) e 007 – Skyfall (melhor filme britânico e melhor banda sonora original).


Lista de vencedores

Melhor filme: Argo
Melhor realizador: Ben Affleck (Argo)
Melhor actor: Daniel Day-Lewis (Lincoln)
Melhor actriz: Emmanuelle Riva (Amor)
Melhor actor secundário: Christoph Waltz (Django Libertado)
Melhor actriz secundária: Anne Hathaway (Os Miseráveis)
Melhor filme britânico007 – Skyfall
Melhor estreia de um escritor, realizador ou produtor britânico: The Imposter
Melhor argumento original: Django Libertado
Melhor argumento adaptado: Guia para um Final Feliz
Melhor filme em língua não-inglesa: Amor
Melhor documentário: Searching For Sugar Man
Melhor banda sonora original: 007 – Skyfall
Melhor fotografiaA Vida de Pi
Melhor montagem: Argo
Melhor somOs Miseráveis
Melhor filme de animação: Brave – Indomável
Melhores efeitos visuais: A Vida de Pi
Melhor maquilhagem e cabeloOs Miseráveis
Melhor desenho de produçãoOs Miseráveis
Melhor guarda-roupa: Anna Karenina
Melhor curta-metragem: Swimmer
Melhor curta-metragem de animação: The Making of Longbird

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