Assírio & Alvim reedita primeiro livro de Almeida Faria, 50 anos depois

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Almeida Faria verá o seu livro O murmúrio do mundo publicado no Brasil Dário Cruz

Rumor Branco vai voltar às livrarias em Outubro. A estreia literária de Almeida Faria, que em 1962, tinha o escritor 19 anos, teve um significativo impacto no meio português, será republicada pela Assírio & Alvim. A chancela, agora integrada no grupo Porto Editora, vai debruçar-se depois sobre a “Tetralogia Lusitana”.

Prémio Revelação de Romance atribuído pela Sociedade Portuguesa de Escritores (SPE), Rumor Branco mereceu na altura, de Óscar Lopes, “a melhor atenção discriminativa e as saudações devidas ao muito que tem de bom e sobretudo de estimulante”. O elogio do reputado crítico é recuperado na nota divulgada pela Porto Editora, que dá conta das reedições.

A mesma nota recorda as palavras dedicadas por Eduardo Lourenço ao livro: “Rumor Branco é a voz mais consoladora, veemente, solitária, contraditória e consciente dessa contradição, de todas que me têm chegado da nova geração… Desde Álvaro de Campos que uma tal dilacerante litania da solidão (e seu inverso fervor) não me chegava aos ouvidos.”

A estreia de Almeida Faria no catálogo da Assírio & Alvim acontecerá na próxima rentrée literária com Rumor Branco – para assinalar o cinquentenário da primeira edição –, seguirá em 2013 com A Paixão (1965) e Cortes (1978) e, em 2014, com Lusitânia (1980) e Cavaleiro Andante (1983). Estes últimos quatro romances são a “Tetralogia Lusitana”.

Almeida Faria (n. Montemor-o-Novo, 1943), hoje professor de Estética na Universidade Nova de Lisboa, publicou muito pouco ao longo dos últimos 20 anos. Na década de 1990 fez apenas chegar às livrarias três títulos: um romance e duas peças de teatro. Manteve um longo silêncio literário entre 1999 e 2012, ano em que publicou na colecção de literatura de viagens da Tinta-da-China O Murmúrio do Mundo (cinco estrela na crítica do ípsilon).

Além do Prémio Revelação de Romance da SPE (1962), Almeida Faria foi já distinguido com o Prémio Aquilino Ribeiro da Academia das Ciências de Lisboa (1978), o Prémio Dom Dinis da Fundação da Casa de Mateus (1980), o Prémio Originais de Ficção da Associação Portuguesa de Escritores e Prémio Universidade de Coimbra de 2010.

A sua primeira editora foi a Portugália, tendo passado mais tarde para a Dom Quixote, as Edições 70 e, mais recentemente, a Caminho. Esta última, que agora faz parte do grupo Leya, ainda reeditou durante os anos de silêncio alguns dos títulos do escritor.

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