Assassinado cineasta brasileiro Eduardo Coutinho

O suspeito é o filho, que terá problemas mentais.

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Eduardo Coutinho foi homenageado em 2003 pelo Festival de Santa Maria da Feira

O documentarista brasileiro Eduardo Coutinho, de 80 anos, foi esfaqueado no seu apartamento, no Rio de Janeiro. De acordo com a imprensa brasileira, o suspeito é o filho, que terá também ferido a mãe (e mulher do cineasta), Maria Oliveira Coutinho.

A mulher, de 62 anos, foi socorrida no local e está internada em estado grave. O filho também foi hospitalizado com ferimentos, mas numa situação menos grave.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, que cita relatos de vizinhos, o filho do cineasta tinha esquizofrenia.

Eduardo Coutinho, natural de São Paulo, era um dos mais importantes cineastas do Brasil. Um dos seus primeiros grandes trabalhos é Cabra Marcado para Morrer, filme sobre a história de um camponês assassinado, que se estreou nos cinemas em 1984, mas que começou a ser filmado 20 anos antes. O interregno nas filmagens foi provocado pelo golpe militar de 1964.

O filme foi bem recebido pela crítica e Coutinho passou os anos seguintes a trabalhar em filmes sobre os temas da cidadania e populações marginalizadas.

Em 2003, esteve em Portugal, onde foi homenageado pelo Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira. Em 2007, ganhou um Kikito de Cristal, o principal prémio do cinema brasileiro, pelo conjunto da obra. Da sua filmografia fazem também parte Edifício Master (2002), Jogo de Cena (2007) e Babilônia 2000 (1999). Ao todo, fez 22 filmes.

No ano passado, numa conferência literária no Brasil, Eduardo Coutinho definiu-se como um "materialista mágico". "Eu queria acreditar em outras vidas, queria acreditar em Deus, etc & tal, mas não consigo. Mas quando o avião entra em turbulência, eu peço ajuda a todos os santos".

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