Artista russo procura asilo depois de ter pintado Putin e Medvedev em lingerie

Pintura foi apreendida pela polícia que a considerou "extremista". Konstantin Altunin procura asilo em França.

Foto
Pintura está agora com a polícia russa Reuters

Konstantin Altunin, autor de Travesti, a polémica pintura em que o presidente russo Vladimir Putin e o primeiro-ministro Dmitri Medvedev aparecem em lingerie , fugiu da Rússia e procura agora asilo. A notícia foi dada esta quarta-feira por Aleksandr Donskoi, proprietário do Museu do Poder, onde foi exibida a obra, que entretanto foi apreendida pela polícia.

Estes acontecimentos surgem da controversa lei de Putin contra os homossexuais, que tem despoletado as mais variadas reacções de todas as áreas, dentro e fora da Rússia. Alguns dos episódios mais recentes aconteceram nos mundiais de atletismo, onde por exemplo duas atletas russas se beijaram no pódio.

Travesti, onde Putin aparece a pentear o cabelo de Medvedev, gerou desde logo polémica, levando as autoridades russas a apreender o quadro na segunda-feira, assim como outras três obras satíricas também de Konstantin Altunin. As autoridades classificaram estas obras de arte como “extremistas” mas não explicaram que leis terão sido violadas para desencadear esta acção. O The Guardian lembra que há uma lei russa que proíbe que figuras do Estado sejam insultadas e outra que proíbe a “propaganda homossexual”.

Aleksandr Donskoi, que se viu obrigado a encerrar o Museu do Povo na segunda-feira durante a visita das autoridades, disse ao jornal russo Komsomolskaya Pravda, citado pelo Art Newspaper, que o artista russo viajou para a Dinamarca com o objectivo de pedir asilo em França, onde segundo o The Guardian o artista já estará.

“Ele tem medo de ser preso e por isso não quer regressar”, explicou Donskoi, que acusa Vitaly Milonov, um legislador de São Petersburgo, onde fica o museu, de estar à frente de tudo isto. Milonov é conhecido pelo seu activismo anti-gay e por promover os valores tradicionais da Rússia ortodoxa, além de que, segundo Donskoi, terá visitado o museu e considerado as pinturas “flagrantemente ofensivas”, tendo depois apresentado queixa à polícia.

Sugerir correcção
Comentar