Amigos e companheiros de partido prestaram última homenagem a Artur Ramos

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Mais de 50 pessoas, na maioria actores, prestaram hoje a última homenagem ao encenador e realizador Artur Ramos, cujo funeral decorreu esta manhã no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.

O funeral partiu do Centro Funerário São Pedro, no Bairro de Alcântara, para o Cemitério do Alto de São João, onde se procedeu à cremação da urna.

Entre amigos e companheiros de partido que prestaram a última homenagem ao encenador e realizador estavam Glicínia Quartim, Estrela Novais, Lurdes Noberto, Júlio César, Nicolau Breyner, Henrique Viana, Graça Lobo e José Miguel Júdice.

Durante o dia de ontem passaram pelo Centro Funerário de Alcântara várias figuras públicas, nomeadamente profissionais da RTP, como Margarida Mercês de Mello e Cecília Netto, bem como os actores Fernanda Montemor, Raul Solnado e Virgílio Castelo e o escritor Urbano Tavares Rodrigues, que hoje também compareceu no funeral.

O Presidente da República, Jorge Sampaio, enviou uma coroa de flores, tendo-se feito representar pelo seu assessor para a área da Cultura, José Manuel Santos.

Artur Ramos nasceu em Lisboa, no dia 20 de Novembro de 1926. Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras de Lisboa e, em Paris, onde viveu durante cinco anos, obteve uma bolsa do Governo francês para o Instituto de Altos Estudos Cinematográficos.

Foi o primeiro realizador efectivo da RTP, depois de ter sido responsável pelas emissões experimentais da estação, na Feira de Palhavã. Na estação de televisão pública dirigiu várias peças de autores, como Tchekov, Carlos Selvagem, John Milligton Synge, Marivaux, Gervásio Lobato, Molière, Almeida Garrett ou Gil Vicente.

Como realizador assinou os filmes "Pássaros de Asas Cortadas", a partir de uma obra de Luiz Francisco Rebello, e "A Noite e a Madrugada", a partir de um original de Fernando Namora, de quem adaptou para RTP "Retalhos da Vida de um Médico". Enquanto encenador, estreou em Portugal "Os dias felizes", de Samuel Beckett, com Glicínia Quartin.

Artur Ramos fundou em Portugal as companhias do Grupo de Acção Teatral e a do Teatro Maria Matos, tendo ainda sido crítico de teatro na "Seara Nova" e professor das escolas de teatro e cinema do Conservatório Nacional.

No ano passado foi homenageado pelo Festival de Teatro de Almada como "um homem de cultura, e uma personalidade humanista e tolerante, a quem devemos, todos os que trabalhamos no teatro, um exemplo de qualidade artística, de escrupulosa seriedade e de permanente energia".

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