A vida de Amy Winehouse vai dar um documentário

A glória e tragédia da vida da cantora britânica será alvo de um filme biográfico. É provável que venha a falar-se dele nos bastidores do Festival de Cannes, onde o projecto para o documentário será apresentado já em Maio.

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Amy Winehouse no Festival de Glastonbury, em 2008 Ben Stansall/AFP

É prematuro escrevê-lo, mas arriscamos que o inglês Asif Kapadia ameaça tornar-se o realizador especializado na biografia das grandes e trágicas figuras da cultura popular do nosso tempo. Foi ele que realizou Senna, documentário sobre Ayrton Senna, um dos melhores automobilistas da história da F1, morto num acidente no Grande Prémio de São Marino, em 1994. E é ele que realizará um filme sobre a vida de Amy Winehouse, a cantora de Rehab que se juntou em Julho de 2011 ao tristemente célebre clube dos 27, o de Jim Morrison, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Brian Jones, Kurt Cobain, todos mortos com a mesma idade.

O documentário, ainda sem título e que será produzido por James Gay-Reeves, também produtor de Senna ou do Exit Through The Gift Shop de Banksy, com co-produção da editora Universal, acompanhará a vida da cantora que, com Back to Black, o seu segundo álbum, editado em 2006, se tornou uma das maiores estrelas mundiais, instalando novamente a soul clássica da década de 1960, vagamente actualizada, na consciência global.

O filme acompanhará também toda a polémica que envolveu Amy Winehouse nos últimos anos de vida, quando o seu comportamento errático dentro e fora dos palcos, os excessos de álcool e drogas variadas e, consequentemente, a presença constante na imprensa e redes sociais, se tornaram mais comentadas e relevantes mediaticamente do que a música. É provável que o documentário se torne objecto de muitas conversas nos bastidores do Festival de Cannes, em Maio, onde será apresentado a potenciais interessados. O jornal britânico The Independent avança que, como seria de esperar, o filme incluirá imagens nunca vistas da cantora.

Em comunicado, Asif Kapadia e James Gay-Reeves escrevem: "Amy foi um talento que só aparece uma vez numa geração e captou a atenção de toda a gente. Compôs e cantou do coração e todos caíram sob o seu feitiço. Mas, tragicamente, Amy pareceu desmoronar perante a atenção mediática incessante, as relações problemáticas e o seu estilo de vida arriscado.” A dupla que gere a recente produtora Playmaker Films acrescenta que, “enquanto sociedade, celebrámos o seu imenso sucesso, mas fomos rápidos a condenar a sua queda quando isso nos interessava”.

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