A palavra e o seu uso pelo poder político e económico em discussão na Culturgest

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Hélia Correia, cujo texto dá mote ao debate, defende o estudo da palavra Enric Vives-Rubio

De que forma é que o poder político se apropriou das palavras? Estão a ser usadas as palavras correctos? Está o poder económico a fazer as referências certas no seu discurso? São estas algumas das questões que serão levantadas esta quarta-feira na Culturgest, em Lisboa, num debate que tem como ponto de partida o texto que a escritora Hélia Correia escreveu para o Ípsilon no início do ano.

Com respeito às palavras é o título do texto que dá também nome a esta conversa/debate, que conta com a participação, além da escritora, de Diogo Vaz Pinto (poeta e editor) e António Guerreiro (crítico literário e ensaísta). Neste texto, como descreve a Culturgest, Hélia Correia reflecte sobre o modo como a linguagem do poder político e económico com que estamos confrontados corresponde a uma “fraseologia” que corrompe e atrofia o pensamento e nos expropria da linguagem.

É essa reflexão, que suscitou várias reacções nas redes sociais, que a Culturgest quer agora trazer para o debate público.

“Por que aceitamos que se fale, por exemplo, nas ‘gorduras do Estado’? O Estado não tem metabolismo. Tem excesso de despesas, muitas delas em mordomias e em disparates. Um Estado não ‘emagrece’: corta nos gastos, e a escolha para os cortes tem critérios, e os critérios não se aplicam ao acaso”, lê-se no texto de Hélia Correia, que defende ainda que “é necessário estarmos prevenidos contra os efeitos destas redacções”.

A linguagem que usamos hoje e que tem por base este discurso político e económico, impõe modos de pensamento, estereótipos e formas estandardizadas. Na apresentação desta conversa, a Culturgest escreve que isso tem um efeito de anestesia de todo o discurso crítico.  É preciso então falar sobre o assunto. A partir das 18h30 é o que se vai fazer. A entrada é gratuita.

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