Viagem do homem até Marte só daqui a 15 anos

Agência Espacial Europeia avisa que é necessário um enorme salto tecnológico para conseguir levar pessoas ao planeta vermelho. Entretanto, fala-se na instalação de uma cidade na Lua.

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Viagem tripulada até Marte terá de evitar que astronautas apanhem radiação solar DR

A sonhar com uma viagem a Marte? Terá de esperar pelo menos 15 anos pelo desenvolvimento da tecnologia, responde Jan Woerner, director-geral da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), duvidando das vozes que prevêem que esta viagem aconteça mais cedo. “Se houvesse dinheiro suficiente poderia acontecer antes mas não existe tanto dinheiro quanto o programa Apolo teve”, disse o responsável da ESA, lembrando o projecto norte-americano que levou os primeiros homens até à lua na década de 1960 e 1970.

Jan Woerner afirmou que uma ocupação humana permanente na Lua, onde impressoras 3D poderiam ser usadas para transformar as rochas lunares em artigos essenciais para a jornada de dois anos até Marte, seria um grande passo rumo ao planeta vermelho. A agência espacial norte-americana NASA espera enviar astronautas a Marte em meados da década de 2030 e o empresário Elon Musk, presidente da empresa Tesla Motors que fabrica veículos eléctricos, planeia colocar uma nave não-tripulada em Marte em 2018 e levar humanos até ao planeta em 2030.

O director-geral da ESA afirma que será preciso esperar mais tempo. Uma nave capaz de viajar até Marte precisaria de foguetões e combustível suficientemente potentes para a descolagem no regresso e os humanos precisariam de protecção para desafios físicos e mentais inéditos e para lidar com a radiação no espaço.

Jan Woerner gostava de ver um grupo de laboratórios científicos instalado na lua, no que já chama de “cidade lunar”, para substituir a Estação Espacial Internacional quando a sua missão acabar e para testar as tecnologias necessárias para uma viagem a Marte. O financiamento seria garantido por uma união entre entidades públicas e privadas de todo o mundo, disse o responsável numa entrevista no Centro de Operações da ESA. “Há várias companhias e agências públicas a pedir para se juntarem ao clube neste momento e que querem fazer coisas diferentes, desde investigação in situ na área dos recursos minerais, turismo e esse tipo de coisas. Há uma grande comunidade interessada”, disse à Reuters. “A cidade da Lua será uma paragem nas boxes em direcção a Marte”, referiu Jan Woerner.

A ESA, em colaboração com a Rússia, enviou em Março uma nave para uma viagem de sete meses no âmbito da missão ExoMars que vai usar uma sonda atmosférica para farejar sinais de vida em Marte e um módulo de aterragem que vai preparar uma segunda fase da missão, um robot que vai para Marte em 2020.

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