Telescópio ALMA tem centro de competências em Portugal

Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa vai apoiar o uso do telescópio em Portugal e ajudar a validar os seus dados.

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As antenas do telescópio ALMA num planalto do deserto de Atacama, no Chile DR

O Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa foi reconhecido como um dos centros de competência do grande radiotelescópio ALMA, que tem as suas antenas espalhadas por um planalto do deserto de Atacama, no Chile, a cinco mil metros de altitude. O centro de investigação português junta-se assim à rede de Centros Regionais Europeus ALMA, que apoiarão a utilização do radiotelescópio.

Inaugurado em Março de 2013, o ALMA (a sigla inglesa de Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) é um projecto dos Estados Unidos, do Canadá, da Europa (via Observatório Europeu do Sul, ou ESO, de que Portugal é membro), do Japão e Taiwan, com colaboração do Chile. As suas 66 antenas estão a escutar o Universo, mais concretamente a sua radiação milimétrica e submilimétrica, situada entre as ondas rádio e o infravermelho, para estudar, em particular, os primórdios do cosmos.

Ao fazer parte da rede de Centros Regionais Europeus ALMA, o Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL) “terá acesso à infra-estrutura europeia que gere e desenvolve este telescópio, apoiando a sua utilização em Portugal”, refere um comunicado do ESO.

Além disso, diz ainda o comunicado, o CAAUL também apoiará o ESO e outros Centros Regionais ALMA na Europa na verificação de dados do telescópio antes de serem distribuídos aos cientistas em todo o mundo. À agência Lusa, José Afonso, director do CAAUL, disse que o centro já começou a validar dados há cerca de um mês.

“É muito gratificante ver, uma vez mais, a qualidade da investigação portuguesa reconhecida internacionalmente. Os nossos investigadores estão a utilizar o mais poderoso [rádio] telescópio disponível actualmente e o reconhecimento do CAAUL como um Centro de Competência ALMA é um marco no desenvolvimento estratégico em que embarcámos nos últimos anos”, sublinhou José Afonso, no comunicado do ESO.

Neste momento, os cientistas do CAAUL participam em sete projectos de investigação com o ALMA, já aprovados e cujas observações decorrerão até ao final de 2015. Entre as 3400 propostas de observação já submetidas ao radiotelescópio, oriundas de todo o mundo, apenas cerca de 600 foram seleccionadas até agora, refere ainda o comunicado – “o que demonstra a extraordinária procura no acesso ao ALMA por parte da comunidade científica”.

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