Porto Rico aprova lei para proteger maior tartaruga do mundo

Uma batalha de 15 anos foi finalmente ganha pelos ambientalistas para a preservação de uma espécie que está em perigo de extinção.

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A tartaruga-gigante vive no mar e vem à terra pôr os ovos Michael Patrick O'Neil/Reuters (arquivo)

Chama-se Corredor Ecológico Nordeste, tem 14 quilómetros quadrados e é a mais recente área protegida na ilha de Porto Rico, nas Caraíbas. É um dos locais onde a tartaruga-gigante, também conhecida como tartaruga-de-couro, desova.

A tartaruga-gigante é a maior de todas as tartarugas, podendo pesar 600 quilos e medir dois metros de comprimento. A carapaça tem uma camada de pele, daí o seu nome. A espécie está em perigo crítico de extinção e é uma das mais ameaçadas devido à caça, apesar de viver no oceano e ter vários locais no mundo onde faz a desova. A nova lei aprovada, depois de 15 anos de luta legal.

“Este recurso importante, muito valioso em termos ecológicos, vai ser protegido para sempre. Está a ser feita história”, diz o governador de Porto Rico, Alejandro Garcia Padilla, citado pela BBC News.

A área protegida estende-se ao longo de 21 quilómetros de comprimento, abrangendo vários ecossistemas, com centenas de espécies diferentes, 50 das quais estão ameaçadas. Além da tartaruga-gigante, na baía abrangida pela área protegida vivem microorganismos que brilham no escuro, devido à sua bioluminescência.

Esta vitória, comemorada pelos ambientalistas, foi o capítulo final de uma luta intensa. Por diversas vezes a lei foi adiada, porque políticos e autarcas queriam fomentar o turismo para desenvoler a economia da região. Vários projectos de mega-hotéis, campos de golfe e de casas de luxo foram desenhados para aquela parte da ilha, mas foram sendo sucessivamente recusados.

Apenas 8% do território da ilha – que tem um décimo da área de Portugal continental – estão protegidos. É uma percentagem pequena quando comparada com as Ilhas Virgens norte-americanas, onde 54% do território é protegido, ou com a República Dominicana, em que 42% da ilha é protegida.

Cerca de um terço do Corredor Ecológico Nordeste está nas mãos de privados, e o Estado vai ter de comprar este território. Mas, a partir de agora, os mais de 400 ninhos de tartarugas que existem ao longo do corredor vão deixar de ter o futuro ameaçado.

Uma das ideias para a região é o desenvolvimento de turismo ecológico, com caminhadas e observações da eclosão dos ovos das tartarugas.
 

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