Poluição faz nascer bebés com menos peso

Estudo mundial mostrou que os efeitos da poluição são transversais aos países estudados. Mães expostas a mais poluição têm filhos com menos peso à nascença.

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Em Pequim, os níveis de poluição são muito superiores ao que é permitido na União Europeia Kim Kyung-Hoon/Reuters

As mães que respiram a poluição atmosférica produzida pelo uso dos combustíveis fósseis têm maiores probabilidades de os seus filhos nascerem com peso reduzido, mostra um estudo internacional publicado na revista Environmental Health Perspectives.

O extenso estudo passou por recolher informação sobre três milhões de nascimentos em 14 locais de nove países na América do Norte, na América do Sul, na Europa e na Ásia. Os investigadores detectaram uma associação entre os locais mais poluídos e recém-nascidos com baixo peso.

Considera-se um recém-nascido com baixo peso quando tem menos de 2,5 quilos. Esta condição pode ter várias consequências, incluindo o risco de mortalidade e morbilidade pós-natal e problemas de saúde crónicos ao longo da vida.

“O que é significativo é que praticamente toda população mundial está normalmente exposta aos níveis de poluição atmosférica de que estamos a falar”, diz Tracey Woodruff, cientista e uma das investigadoras principais deste estudo, da Universidade da Califórnia em São Francisco. “Estas partículas microscópicas, que são mais pequenas do que a grossura de um cabelo, estão no ar que todos respiramos”, refere em comunicado.

A poluição atmosférica é medida pelo tamanho das partículas, em micrómetros, e pelo peso, em microgramas por metro cúbico. As regulações nos Estados Unidos exigem que, em média, ao longo do ano, a concentração destes poluentes não seja superior a 12 microgramas por metro cúbico, e que as partículas meçam menos do que 2,5 micrómetros. Na União Europeia, o limite é de 25 microgramas por metro cúbico. Em Pequim, na China, foram recentemente medidas concentrações de 700 microgramas por metro cúbico.
 

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