Para o SeaWorld se expandir, a reprodução das orcas terá de parar

Medida para o parque temático de San Diego, votada numa comissão na Califórnia, foi aplaudida por associação que protege os direitos dos animais.

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Responsáveis do parque acham que impedir um animal social como as orcas de se reproduzir é desumano Mike Blake/Reuters

As autoridades da Califórnia, nos Estados Unidos, concordaram em permitir a expansão do parque temático SeaWorld de San Diego, mas na condição do encerramento do programa de reprodução das orcas, soube-se na quinta-feira. Os pedidos para se libertarem as baleias para o mar foram rejeitados.

A Comissão Costeira da Califórnia votou de forma unânime permitindo ao SeaWorld de San Diego construir mais duas piscinas de orcas, dando mais espaço para os mamíferos nadarem e aumentando a possibilidade de as pessoas os verem e de fazer investigação. Cerca de 650 pessoas, tanto a favor como contra a permissão, estavam presentes durante a votação, que foi feita num centro de convenções em Long Beach para acomodar o público interessado na questão.

A aprovação da comissão tem a condição de que o SeaWorld passe a impedir que aqueles animais se reproduzam em cativeiro, quer por meios naturais que por inseminação artificial.

Esta restrição desapontou os responsáveis do parque temático. “A reprodução é um processo natural, fundamental e uma parte importante da vida de um animal, e privar um animal social do direito de se reproduzir é desumano”, lê-se num comunicado divulgado pelos responsáveis do parque após a votação.

A empresa disse ainda que iria “rever cuidadosamente e considerar” as suas opções. O SeaWorld enfrentou críticas inflamadas e teve menos visitantes desde que foi exibido em 2013 o documentário Blackfish (um nome dado às orcas), onde se mostrava a forma como as orcas eram tratadas no parque. No último mês, a comissão recebeu mais de 120.000 e-mails de pessoas sobre o projecto, a maioria opunha-se à existência do parque temático, disse o porta-voz da comissão, Noaki Schwartz.  

A PETA (a sigla em inglês para a organização Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) saudou a votação, vendo-a como um passo em frente para o fim da existência de orcas em cativeiro na Califórnia. “A Comissão Costeira da Califórnia fez a coisa certa pelas orcas ao requerer, como condição para a aprovação do Projecto Mundo Azul, que o SeaWorld acabe com a reprodução das orcas que, no fim, acabará com o cativeiro e o sofrimento a longo prazo das orcas na Califórnia”, disse Jared Goodman, da PETA, num comunicado.

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