O radiotelescópio ALMA está finalmente completo

Já foi colocada a 66ª e última antena do radiotelescópio ALMA. Em Outubro de 2015, começa a trabalhar a 100%.

Foto
A última antena do ALMA a chegar ao planalto de Chajnantor, no deserto de Atacama, no Chile A. Marinkovic/X-Cam/ALMA/ESO

O ALMA, o maior radiotelescópio do mundo, instalado a 5000 metros de altitude no deserto do Atacama, no Norte do Chile, e igualmente o telescópio mais requisitado pelos astrónomos, está finalmente concluído, com a instalação da 66ª antena.

Esta antena de 12 metros de diâmetro, a última a ser instalada, foi transportada para o monte de Chajnantor, onde está o radiotelescópio, na sexta-feira passada. Das 66 antenas do radiotelescópio, 25 são europeias, 25 são americanas e 16 japonesas.

O radiotelescópio ALMA (sigla em inglês para Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) permite captar as ondas milimétricas e submilimétricas emitidas pelos corpos celestes, e que são invisíveis ao olho humano.  

O aparelho só estará totalmente operacional em Outubro de 2015, de acordo com o seu director, Pierre Cox.

Para a segunda fase de operações, que se iniciará já em Julho, o ALMA tem 1380 pedidos de observações de astrónomos do mundo inteiro, “o número mais elevado de sempre que alguma vez um observatório recebeu”, disse Pierre Cox, numa conferência de imprensa nesta terça-feira.

Os pedidos serão seleccionados de acordo com o objectivo científico e serão repartidos pelos países, “só um pedido em cinco é que será aceite”, acrescentou.

A nova ferramenta astronómica é tão poderosa que será capaz de observar as primeiras e as mais remotas galáxias do Universo, que estão a 10.000 milhões de anos-luz de distância, e hoje são desconhecidas.

Além disso, o ALMA permitirá ainda ver através das nuvens de gases e poeiras cósmicas que tapam os olhos dos telescópios ópticos e, assim, estudar a formação dos planetas.

O radiotelescópio é o primeiro projecto astronómico verdadeiramente mundial, com um custo na ordem dos 1000 milhões de euros, repartido entre a Europa – pelo Observatório Europeu do Sul, organização a que Portugal pertence –, os Estados Unidos, o Canadá, Taiwan e o Japão.

Sugerir correcção
Comentar