Mulheres na ciência sub-representadas na Europa

Portugal destaca-se como exemplo positivo onde elas estão nas áreas científicas a par dos homens.

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Em Portugal, cerca de 40% dos cientistas são mulheres Ana Maria Coelho/Arquivo

As mulheres continuam sub-representadas nas disciplinas e carreiras científicas e de investigação da União Europeia (UE), segundo o relatório She Figures 2012, divulgado esta sexta-feira pela Comissão Europeia, em Bruxelas.

No relatório, entre os 27 países da UE, as mulheres representavam, em 2009, cerca de 40% dos investigadores no sector do ensino superior, 40% no sector público e 19% no empresarial.

Portugal alinha pela média europeia – com cerca de 40% de mulheres investigadoras – e com muito melhor prestação do que países como o Luxemburgo (21%), a Alemanha (25%) e a Holanda (26%). Em dois países, Letónia e Lituânia, há mesmo mais mulheres na ciência do que homens – “mas também Bulgária, Portugal, Roménia, Estónia, Eslováquia e Polónia todos têm pelo menos 40% de mulheres na sua população de investigadores”, lê-se no relatório.

Portugal é ainda referido, por exemplo, nas engenharias: “Em Portugal, o equilíbrio entre os géneros caracteriza o campo da engenharia, com 50% de mulheres doutoradas. Portugal é claramente um caso excepcional, pois todos os outros países têm um longo caminho a percorrer antes de atingirem uma parte idêntica de homens e mulheres em engenharia, manufactura e construção.”

Só em dois outros países, segundo o relatório, a proporção de mulheres com doutoramentos nesta área é superior a 35%: Lituânia (38%) e Letónia (36%).

Bruxelas constata que o número de mulheres na investigação tem aumentado mais depressa do que o dos homens em todos os sectores (mais 5,1% por ano para as mulheres comparado com mais 3,3% para os homens, de 2002 a 2009). Mas sublinha, por outro lado, que há, em média, uma mulher por cada dois homens em comissões científicas e conselhos de administração em toda a UE.

Em 2010, a proporção de estudantes do sexo feminino (55%) e de mulheres licenciadas (59%) excedeu a dos estudantes do sexo masculino, mas o número de homens é superior ao das mulheres entre os estudantes de doutoramento e licenciados (49% e 46%, respectivamente).

Além disso, subindo na escada da carreira académica, as mulheres representam 44 % dos investigadores doutorados no escalão inicial da carreira académica e apenas 20% dos investigadores no topo da carreira.

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