Missão ExoMars vê novo financiamento aprovado

Reunião de ministros da Agência Espacial Europeia deu luz verde à segunda parte de uma missão que pretende pôr um robô no solo marciano.

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Vale Marineris captado pela sonda europeia Mars Express a 275 quilómetros de altitude do solo marciano ESA/DLR/FU Berlin/Reuters

Os Estados-membros da Agência espacial Europeia (ESA) acabam de aprovar mais 450 milhões de euros para a missão ExoMars ao planeta vermelho, depois de o módulo Schiaparelli, que fazia parte desta missão, se ter despenhado em Outubro.

A ExoMars, uma missão europeia e russa, enviou este ano uma sonda para a órbita de Marte (para detectar gases, em particular metano) e um módulo de aterragem de testes. O objectivo é procurar sinais de vida passada ou presente, por outro lado pretendia-se preparar o terreno para a segunda parte da ExoMars, com o envio de um robô para o solo de Marte em 2020.

O módulo Schiaparelli despenhou-se devido à falha de um sensor: “pensou” que já tinha aterrado, por isso libertou o pára-quedas e desligou os motores quando se encontrava a 3,7 quilómetros do solo.

O director-geral da ESA, Jan Woerner, disse que os cientistas precisam agora de trabalhar muito para conseguirem cumprir o calendário do robô marciano, especialmente porque um atraso da missão para lá de 2020 não era uma opção. “Não é fácil, mas estamos confiantes de que seremos bem-sucedidos”, disse Jan Woerner.

O dinheiro para a ExoMars faz parte de um total de 10.300 milhões de euros – o que anda perto dos 11.000 milhões pedidos pela ESA – para programas espaciais que os 22 Estados-membros da Agência Espacial Europeia aprovaram numa reunião ministerial de dois dias em Lucerna (Suíça), que terminou esta sexta-feira.

O financiamento inclui cerca de 800 milhões de euros para o papel da Europa na Estação Espacial internacional (ISS). Os Estados-membros da ESA também aprovaram um compromisso para estender a participação europeia na ISS até 2024, o que permitirá enviar mais astronautas europeus para a estação espacial. O astronauta europeu Thomas Pesquet chegou à ISS no mês passado, cerca de cinco meses depois do regresso à Terra do primeiro astronauta britânico, Tim Peake.

Entre os programas que não foram totalmente apoiados pelos Estados-membros da ESA está a Asteroid Impact Mission (AIM), que ia fazer parte de uma missão para explorar como desviar um asteróide em rota de colisão com a Terra.

“O programa AIM não obteve todo o apoio que precisávamos para garantir que decorria de forma suave”, afirmou ainda Woerner, acrescentando que um estudo de defesa contra asteróides irá continuar dentro da agência espacial. “Estas actividades sobre asteróides, vendo como é que podemos defender o nosso planeta em caso de algo acontecer e de Bruce Willis não estar pronto para uma segunda vez…, irá continuar”, disse o director-geral da ESA, numa referência ao filme Armageddon, de 1998, em que o actor Bruce Willis é membro de uma equipa enviada para destruir um asteróide e salvar a Terra.

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