Maior portal japonês de vendas na Internet vai deixar de ter carne de baleia

Medida surge depois do Tribunal Internacional de Justiça ter proíbido a caça à baleia no Antárctico por navios japoneses.

Foto
A nova política do Rakuten abarca não apenas a venda de carne de baleia e golfinho ISSEI KATO/Reuters

O Rakuten, o maior portal japonês de comércio electrónico, anunciou que vai deixar de vender carne de baleia e golfinho, após a decisão do Tribunal Internacional de Justiça que proíbe a caça à baleia no Antárctico por navios japoneses.

O portal pretende acabar com essas vendas a partir de Maio, numa medida que chega na sequência da publicação recente de um relatório da agência de investigação ambiental britânica EIA (Environmental Investigation Agency) que atacava o portal. O relatório dava conta de que, em Junho de 2013, o Rakuten contava com 1200 anúncios publicitando a venda de carne de baleia e cerca de 28.000 referentes ao marfim de elefante. Neste sentido, a empresa surgia qualificada como "o maior mercado online do mundo" no que diz respeito este tipo de produtos.

O relatório veio desencadear uma campanha contra a empresa nas redes sociais, como o Facebook ou o Twitter. Num comunicado publicado no seu portal, o Rakuten explica que tomou a decisão "em consonância com a decisão do Tribunal Internacional de Justiça", de 31 de Março, sem fazer qualquer referência ao relatório da EIA nem à campanha na Internet.

O Tribunal de Haia ordenou ao Japão que revogasse as licenças de caça à baleia no Antárctico por não se adequarem aos "fins científicos" que lei internacional prevê, argumento que o gigante asiático esgrimia para levar a cabo esta prática. A decisão, apesar de vinculativa, não proíbe totalmente a caça à baleia por parte do Japão, país que tem um outro programa "científico" no Pacífico norte e pratica a pesca comercial de espécies mais pequenas de cetáceos, incluindo golfinhos, junto às suas costas. Neste sentido, também não interdita a venda de carne de cetáceos, a qual é legal no Japão.

A nova política do Rakuten abarca não apenas a venda de carne de baleia e golfinho, mas também o comércio de outras partes, incluindo pele ou ossos. A empresa pediu, neste sentido, aos anunciantes para retirarem do site anúncios dos produtos em causa antes do final do mês.

O anúncio agradou a representantes da EIA que, segundo a agência Efe, indicaram que vão continuar, porém, a pressionar a empresa a deixar de vender também marfim. Com mais de 40 mil anunciantes, o Rakuten é o maior “centro comercial” do Japão na Internet.

Sugerir correcção
Comentar