Hollande promete hospital militar para o coração do surto do ébola

Centro contra o ébola vai ser instalado na floresta na Guiné, segundo o Presidente francês. Navio com um caso suspeito foi impedido de aportar em Malta.

Foto
Pessoas à entrada de um centro de tratamento do ébola dos Médicos Sem Fronteiras em Monróvia, capital da Libéria, o país mais afectado pela epidemia Zoom Dosso/AFP

A França vai instalar um hospital militar nas florestas da Guiné, “no coração” do surto de ébola, para combater esta epidemia, disse nesta quinta-feira François Hollande.

O Presidente francês explicou que o país não vai limitar a sua ajuda na luta contra esta doença ao auxílio já anunciado pela União Europeia. “Por isso, tomei a decisão de instalar um hospital militar nos próximos dias nas florestas da Guiné-Conacri, no coração do surto”, disse, numa conferência de imprensa, citado pela Reuters.

O pior surto de sempre desta febre hemorrágica iniciou-se no sul da Guiné-Conacri, em Dezembro de 2013. Desde então, o vírus já se alastrou para a Libéria, a Serra Leoa, a Nigéria e o Senegal. Já morreram 2630 pessoas das 5357 infectadas pelo vírus, de acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde.

A situação da epidemia na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa é a que mais preocupa as autoridades sanitárias internacionais. Ainda não há um tratamento ou profilaxia comprovados para combater esta doença e teme-se que o vírus possa continuar a propagar-se para outros países.

Malta impediu um navio de entrar nas suas águas marítimas por causa do surto, disse o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat. O navio MV Western Copenhagen, registado em Hong Kong, que vinha da Guiné-Conacri, pediu ajuda na quarta-feira às autoridades portuárias para aportar em Malta, dizendo que tinha um caso suspeito de ébola entre as 21 pessoas que estavam a bordo. O destino do navio de carga é o Sul da Ucrânia, mais precisamente o porto de Dneprobuski, a sul da cidade de Micolaiv, já junto ao mar Negro.

“Não temos muita informação. Não temos meios de sabermos se o capitão exagerou ou minimizou a situação. Não sabemos se há mais do que um caso suspeito”, explicou o primeiro-ministro nesta quinta-feira, citado numa notícia da agência AFP. Desde o início do surto que foram aparecendo em vários países casos de pessoas suspeitas de terem ébola, que tinham estado na África Ocidental. Mas, na grande maioria dos casos, os sintomas eram de outras doenças, como a malária.

“Não conhecemos a magnitude da situação e poderemos estar perante um falso alarme. Mas não vamos pôr em perigo o nosso sistema de saúde”, acrescentou Joseph Muscat. Segundo o site Marinetraffic.com, o navio está a afastar-se da costa da Sicília e segue para Leste.

Sugerir correcção
Comentar