Há uma falha no Coelho de Jade, o rover lunar chinês

Agência espacial chinesa detectou uma falha no rover que está na Lua desde 14 de Dezembro. Yutu está agora adormecido enquanto a noite lunar não acaba.

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O óbito do Coelho de Jade foi oficialmente anunciado Peter Parks/AFP (arquivo)

No sábado, antes do rover lunar chinês Coelho de Jade entrar em hibernação — um sono de 15 dias enquanto atravessa a noite da Lua —, cientistas chineses detectaram uma falha na mecânica do robô. Os cientistas vão ter de esperar até Yutu (o nome em mandarim do rover) voltar a acordar. Até lá, estão a tentar encontrar uma forma de reparar a máquina.

A falha deve-se ao “complicado ambiente da superfície lunar”, diz um comunicado da Administração Estatal da Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional, citado pela agência chinesa Xinhua. Nada mais é explicado.

O Coelho de Jade passeia-se por uma região lunar chamada Sinus Iridium (Baía dos Arcos-Íris, em latim), uma planície com poucas irregularidades no Mare Imbrium, no Hemisfério Norte do nosso satélite natural. O rover, que foi transportado na nave Chang'e-3, pousou na Lua a 14 de Dezembro de 2013.

A última vez que um objecto pousou no satélite natural da Terra foi a 18 de Agosto de 1976, há mais de 37 anos. O então aparelho soviético Luna 24 pousou no Mare Crisium, retirou uma amostra do solo lunar e voltou para a Terra.

O Coelho de Jade está a investigar a geologia e mineralogia da Lua. O rover tem seis rodas, pesa 120 quilogramas, pode fazer subidas com uma inclinação de 30 graus e caminha 200 metros por hora alimentado a energia solar. O robô tem câmaras para fotografar a paisagem, um espectrómetro para analisar a composição química do solo e um radar para estudar o solo e as rochas até uma profundidade de 100 metros.

Durante a longa noite lunar, em que a temperatura atinge 180 graus negativos, tem de hibernar. Já o fez uma vez.

Na Terra, o robô está a ser seguido por milhares. Há 110 mil assinantes do robô no Sina Weibo, o Twitter chinês.

“Fizeste um óptimo trabalho, Yutu”, escreveu Amaniandlove, citado na Xinhua. “Aguentaste temperaturas extremamente quentes e frias, e mostraste-nos o que nós nunca vimos. Espero que fiques bem rapidamente, mas o que quer que aconteça, é a tua presença que faz brilhar este planeta, a cerca de 390 mil quilómetros de distância.”

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