Economia “verde” poderia criar um milhão de empregos em Espanha

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O estudo revela que as energias renováveis poderiam gerar 125.265 empregos até 2020 Rui Gaudêncio

Energias renováveis, transportes sustentáveis, reabilitação de casas e gestão de resíduos poderiam criar em Espanha na próxima década uma economia “verde” com um milhão de novos postos de emprego, revela nesta sexta-feira um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O estudo “Trabalhos ecológicos para um desenvolvimento sustentável: o caso de Espanha” - publicado nesta sexta-feira pela OIT – conclui que as energias renováveis poderiam gerar 125.265 empregos até 2020, se este sector passar a gerar um mínimo de 20% da produção primária de energia.

Para 2020, “o número de empregos em actividades de serviços, indústria e construção de infra-estruturas associadas ao transporte sustentável poderia aumentar em 40%, para atingir os 770.000 empregos”, acrescenta o relatório.

Já no sector da construção, a reabilitação de 25 milhões de habitações – para melhorar o isolamento térmico e o uso eficiente da energia – poderia gerar até 1,37 milhões de postos de trabalho.

A gestão de resíduos, na actualidade, emprega pelo menos 110.000 trabalhadores. “Alguns estudos indicam que 27.850 empregos serão criados neste sector até 2016”.

Segundo o relatório da OIT, feito com base em dados do Observatório da Sustentabilidade em Espanha (OSE) e da Fundação Biodiversidade, “a transformação da economia em Espanha para uma economia ‘verde’ tem um enorme potencial para criar novos empregos, num momento em que o país regista uma taxa de desemprego jovem na ordem dos 50%”. No entanto, adverte, “a gravidade da recessão e as medidas de austeridade adoptadas para contê-la fazem perigar a criação de empregos ‘verdes’”.

De momento estima-se que existam em Espanha entre 400.000 e 500.000 empregos “verdes”, o que equivale a 2,2% do emprego total do país. Segundo a OIT, emprego “verde” é todo aquele “emprego decente que reduza o consumo de energia e de matérias-primas, que limite as emissões de gases com efeito de estufa, que minimize os desperdícios e a contaminação e que proteja e restabeleça os ecossistemas”.

No início do ano, a Comissão Europeia revelou que o emprego nas chamadas “eco-indústrias” registou um aumento médio anual de 2,7% entre 2000 e 2008, comparado com 1% para a economia em geral.

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