Cortiça outra vez no espaço

Compósito à base de cortiça reveste o novo veículo espacial europeu, para o proteger do calor na reentrada na atmosfera.

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A nave a ser preparada para o lançamento: está revestida por um compósito de cortiça, que a protege do calor na reentrada na atmosfera ESA/M. Pedoussaut
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A nave vista de cima durante a preparação para o seu voo inaugural ESA/M. Pedoussaut

A cortiça portuguesa já é um clássico no espaço, mais exactamente no isolamento térmico externo de veículos espaciais. E o Veículo Intermediário Experimental, a nova coqueluche da Europa, não é excepção: a maior parte desta nave não tripulada está coberta por um compósito de cortiça desenvolvido pelo grupo Amorim. Identificado como P50, este compósito destina-se especificamente à industrial aeroespacial e é constituído, além da própria cortiça, por resinas e aditivos que procuram melhorar a sua resistência térmica e mecânica.

Os compósitos de cortiça do grupo Amorim já protegeram do calor produzido na reentrada na atmosfera terrestre os famosos vaivéns da agência espacial norte-americana NASA. Mas também estão presentes em foguetões da Europa, como é o caso do Ariane 5 – e igualmente do Vega, que vai agora lançar no espaço o Veículo Intermediário Experimental. Os compósitos de cortiça portugueses também são utilizados, entre outros, no foguetão Falcon, da empresa privada norte-americana SpaceX.

Mas a sua utilização na indústria aeroespacial tem uma longa história, tão longa como a própria exploração espacial humana, que nos leva até ao programa Apolo da NASA, que pôs 12 homens a andar na Lua entre 1969 e 1972. A cortiça protegia o módulo de comando das missões Apolo onde seguiam os astronautas.
 

  


 

  

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