Braço artificial com ligação ao cérebro permite movimentos controlados

Uma equipa de médicos e investigadores da Suécia colocou num paciente uma prótese com eléctrodos ligados ao cérebreo que permite um controlo facilitado da prótese e mais movimentos.

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Cientistas desenvolvem braço artificial sensitivo

O avanço muda completamente o potencial dos membros prostéticos utilizados por pessoas com amputações. Um paciente sem braço sofreu uma operação para conseguir ter controlo cerebral sobre um braço protético no Hospital Universitário de Sahlgerenksa, que pertence à Universidade de Gotemburgo, na Suécia.

Na cirurgia, colocaram eléctrodos neuromusculares no cérebro deste paciente que ficam ligados à prótese. A tecnologia foi desenvolvida por Max Ortiz Catalan, supervisionado pelo médico que liderou a cirurgia, Rickard Brånemark, numa parceria entre a Universidade Técnica de Chalmers e o Hospital Universitário de Sahlgerenksa.

“A nova tecnologia é um importante avanço que tem muitas vantagens relativamente à actual tecnologia de braços artificiais, que hoje oferecem uma funcionalidade muito limitada nos pacientes que têm membros em falta”, diz Rickard Brånemark.

Os médicos serviram-se do osso do antebraço para ancorar a prótese. Colocaram uma peça de titânio integrada no osso que, depois, serve para se ligar ao novo braço artificial. A técnica “permite ao paciente ter um grau completo de movimento, menos problemas relacionados com a pele e uma sensação mais natural de que a prótese faz parte do corpo”, explica Rickard Brånemark em comunicado. “Dá uma maior qualidade de vida aos amputados.”

Por outro lado, a ligação ao sistema neuromuscular dos pacientes é completamente diferente. Antes, os eléctrodos que controlavam movimentos das próteses estavam só ligados à pele. Estes eléctrodos sentiam as contracções musculares e, a partir desses estímulos, desencadeavam movimentos nas próteses. Mas isso só permitia o ganho de duas funções, o que fica muito aquém se compararmos com os movimentos possíveis de um braço ou uma perna.

O uso de eléctrodos implantados directamente no cérebro permite receber mais sinais nervosos e, com isso, obter mais movimentos da prótese. “Acreditamos que os eléctrodos implantados com uma interface homem-máquina estável feita por um implante integrado no osso vão permitir uma nova era na reposição de membros”, defende o investigador.

Para já, o primeiro paciente que recebeu esta nova tecnologia sentiu grandes avanços em relação à mão robótica que tinha antes. “O paciente descreveu que tinha grandes problemas em operar a mão robótica em ambientes quentes e frios e sentia interferências dos músculos dos ombros. Estas questões desapareceram”, lê-se no comunicado da Universidade de Técnica de Chalmers, em Gotemburgo. Com o novo sistema, o paciente quase não tem de se esforçar para gerar sinais que controlam o braço, e os testes já mostram que se conseguem fazer muitos movimentos, alguns deles em simultâneo.

“O próximo passo vai ser testar a estimulação eléctrica dos nervos para ver se os pacientes conseguem sentir os estímulos do ambiente, ou seja, conseguem obter sensações artificiais”, explica Rickard Brånemark.
 
 
 
 

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