Astronomia ajuda cientistas a detectar cancro da mama

Programas de informática que ajudam astrónomos a procurar planetas que podem ter vida foram utilizados com sucesso para detectar tumores.

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O cancro da mama triplo negativo atinge 15% das doentes e é muito difícil de tratar Nelson Garrido (arquivo)

Uma equipa de investigadores britânicos na área da oncologia recorreu à astronomia para identificar as marcas pouco visíveis dos tumores mais agressivos, revela um estudo publicado nesta quarta-feira na revista British Journal of Cancer.

Os cientistas, do Instituto de Cambridge para a Investigação do Cancro, conseguiram adaptar os sistemas informáticos desenvolvidos pelos astrónomos para encontrar galáxias longínquas à análise de imagens de cancros. <_o3a_p>

O astrónomo Nicholas Walton, da Universidade de Cambridge, explicou que os programas informáticos utilizados servem para “a análise de imagens de forma a procurar planetas que possam albergar vida fora do Sistema Solar”. Depois de adaptarem aquele software, os oncologistas empregaram a mesma técnica para medir os níveis de três proteínas em amostras de cancro da mama de mais de duas mil pacientes. <_o3a_p>

A forma convencional de detectar os tumores agressivos passa por tingir células manualmente para que se possam distinguir proteínas específicas. Os investigadores compararam então o método tradicional e o método importado da astronomia e concluíram que o sistema automatizado era pelo menos tão preciso como o manual, mas muito mais rápido: “Os resultados foram inclusive melhores do que o esperado”, sublinhou o cientista que liderou a investigação, Raza Ali. “O novo sistema permite analisar até 4000 imagens por dia”, disse outro cientista, Carlos Caldas. <_o3a_p>

Após a publicação dos resultados da investigação, a equipa planeia outro estudo “maior e à escala internacional” que envolva mais de 20.000 doentes com cancro da mama, afirmou Ali.
 

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