Coreia do Norte dispara míssil para o Mar do Japão, dizem Seul e Tóquio

Projéctil pode ter sido disparado de um submarino ou plataforma subaquática. É o mais recente de uma série de testes de armas recentes levados a cabo por Pyongyang.

Foto
As notícias do disparo do míssil levaram o primeiro-ministro japonês a interromper a campanha e voltar para Tóquio FRANCK ROBICHON/EPA

A Coreia do Norte disparou um míssil balístico a partir de um submarino ou de uma plataforma subaquática, dizem as autoridades da Coreia do Sul e do Japão, semanas depois de o seu vizinho do Sul ter apresentado uma arma própria semelhante.

Este é o mais recente de uma série de testes de armas levados a cabo pela Coreia do Norte nas últimas semanas, incluindo o que disseram ser armas hipersónicas e de longo alcance – em muitos casos, diz a BBC, em violação de sanções das Nações Unidas. A ONU considera os mísseis balísticos mais problemáticos do que os de cruzeiro porque podem ter cargas mais pesadas, maior alcance, e voar mais depressa, segundo a emissora britânica.

Sob a liderança de Kim Jong-un, o país reforçou o arsenal militar, apesar das sanções internacionais por causa dos programas de armamento nuclear e de mísseis balísticos.

O míssil terá voado cerca de 450 km e uma altura máxima de 60 km, segundo os media sul-coreanos.

A notícia do disparo norte-coreano levou o novo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, a interromper a campanha para as eleições de 31 de Outubro, regressando a Tóquio. Os lançamentos foram “muito lamentáveis”, declarou. Na Coreia do Sul, o Conselho Nacional de Segurança reuniu-se de emergência.

Este teste aconteceu quando se preparava um encontro entre responsáveis dos serviços secretos dos EUA, Coreia do Sul e Japão em Seul, segundo a imprensa sul-coreana.

O representante especial do Presidente norte-americano, Joe Biden, para a Coreia do Norte apelara antes de novo ao reinício das conversações bilaterais. “Continuamos a seguir a via diplomática com a Coreia do Norte”, afirmou na segunda-feira Sung Kim, no final de um encontro com o homólogo norte-coreano Noh Kyu-duk, em Washington.

“Não temos qualquer intenção hostil em relação à Coreia do Norte e esperamos realizar um encontro” sem condições prévias, declarou à imprensa.

Em 2018, Kim Jong-un foi o primeiro dirigente norte-coreano a reunir-se com um Presidente norte-americano em funções. Mas as conversações fracassaram na segunda cimeira com Donald Trump, em Hanói, Vietname, em 2019, por não ter sido possível um acordo para um levantamento das sanções contra o regime, bem como em relação às concessões apresentadas por Pyongyang em relação aos programas nuclear e de mísseis balísticos.

Os testes e uma rara exposição de armamento, em que Kim Jong-un disse querer ter um “Exército invencível” para aumentar a capacidade defensiva do país e acusou os Estados Unidos de promoverem políticas “hostis”, estão a ser vistos como um regresso do país às questões militares depois de uma pausa em que o regime esteve mais focado na covid-19, disse à Reuters Chad O'Carrol, do Korea Risk Group.

Sugerir correcção
Comentar