Museu da Língua Portuguesa em São Paulo vai reabrir no final do mês

Atingido por um violento incêndio em Dezembro de 2015, o museu brasileiro esteve fechado mais de cinco anos para obras de recuperação e volta agora a abrir as portas, no dia 31 de Julho, com a exposição Língua Solta.

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O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, no Brasil, reabrirá ao público a 31 de Julho, após ter estado em obras de recuperação desde Dezembro de 2015, quando sofreu um violento incêndio, anunciou esta quinta-feira a Secretaria de Cultura e Economia Criativa paulista.

A reabertura estava programada para 17 de Julho, dia em que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) comemora 25 anos, mas a data foi adiada pelo governo do estado de São Paulo. 

Segundo os responsáveis pelo museu, o público terá acesso à exposição temporária Língua Solta, com curadoria de Fabiana Moraes e de Moacir dos Anjos, que “revela a língua portuguesa em seus amplos e diversos desdobramentos na arte e no quotidiano por meio de um conjunto de artefactos que ancoram seus significados no uso das palavras, como objectos da arte popular e da arte contemporânea, apresentados de maneira diversificada”, informa o comunicado da Secretaria de Cultura de São Paulo.

Ao todo, 180 peças compõem a exposição, instalada no primeiro andar do museu até 3 de Outubro de 2021. “A língua é solta porque perturba os consensos que ancoram as relações de sociabilidade dominantes, tanto na vida privada quanto na pública. Incorporada em imagens e objectos diversos, ela sugere outros entendimentos possíveis do mundo. E tece, assim, uma política que é sua”, frisou o curador Moacir dos Anjos.

Segundo os responsáveis pelo projecto, a mostra assume a língua como operador social que não somente reflecte como também reorganiza formas de vida. “A mostra abriga, de modo intuitivo e lúdico, algumas das estratégias criativas que, estruturando imagens e objectos os mais distintos, sugerem e desdobram o poder que a língua tem de emancipar”, diz ainda o comunicado da Secretaria de Cultura.

“A gente entende que a língua é um espaço de disputa de poder e vai se reflectir em questões várias do Brasil –​ de raça, de classe, de género e de geografias”, acrescentou a curadora Fabiana Moraes a pretexto da mostra Língua Solta, que teve pré-lançamento no início de Maio, durante a Semana Internacional da Língua Portuguesa.

Instalado na histórica Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa é um dos primeiros museus totalmente dedicados a um idioma no mundo e promove um mergulho na história e na diversidade do idioma através de experiências interactivas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos.

Na sua renovada exposição de longa duração, que ocupa o segundo e terceiro andares do edifício, o museu vai apresentar experiências inéditas, como Falares, que traz os diferentes sotaques e expressões do Brasil; e Nós da Língua Portuguesa, que aborda a diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

E serão mantidas as principais experiências que marcaram os quase 10 anos de funcionamento do Museu (2006 a 2015), como a Praça da Língua, espécie de planetário do idioma, que homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada num espectáculo de som e luz.

A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa tem como patrocinador principal a EDP Brasil e é também apoiada por outras entidades, como a Globo, o Itaú Unibanco, a Sabesp (empresa responsável pelo saneamento básico em São Paulo), a Fundação Calouste Gulbenkian e o Governo Federal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O IDBrasil Cultura, Educação e Esporte é a organização social responsável pela gestão do museu.

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