Alemanha põe Portugal em lista de risco devido às variantes. Viagens sofrem restrições

Viagens passam a ser restritas. Rússia também entrou na lista.

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Viagens de e para a ALemanha vão ser alvo de restrições LUSA/LUIS FORRA

Depois das críticas da chanceler Angela Merklel à abertura portuguesa ao turismo, a Alemanha colocou Portugal numa lista de países de maior risco devido às variantes do vírus. O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo Instituto Robert Koch.

Esta decisão entra em vigor às 0h da próxima terça-feira, dia 29 de Junho. 

Esta nova classificação significa que existirá uma forte restrição nas viagens, bem como um período de quarentena obrigatório para passageiros. Tal como Portugal, também a Rússia entrou neste conjunto de risco dos alemães, que também inclui o Reino Unido.

Esta semana, Merkel criticou Portugal por ter deixado entrar turistas britânicos no país, apesar dos riscos da variante Delta. “Temos uma situação em Portugal que talvez pudesse ter sido evitada, e é por isso que temos de trabalhar ainda mais arduamente”, disse a chanceler alemã, citada pelo Politico, numa conferência de imprensa conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Berlim.

Em reposta à chanceler, o Governo português, na voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, rejeitou as críticas de Merkel, dizendo que o país cumprir todas as regras e exigiu um teste negativo à covid-19 à entrada no país. 

“O que nós dissemos foi que os viajantes britânicos que vêm para Portugal, apresentando um teste negativo à chegada, podem entrar em Portugal. Não vejo que seja, de alguma maneira, escancarar Portugal aos ingleses sem o cuidado de verificar as suas condições de saúde no que diz respeito à covid-19”, disse Augusto Santos Silva na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, citado pela agência Lusa.

Por sua vez, António Costa considerou um “equívoco” a ideia de que Portugal foi permissivo com turistas britânicos. “Nós temos actuado sempre de uma forma coordenada e de acordo com aquilo que têm sido as decisões que a UE tem vindo a tomar, quer relativamente a voos de países terceiros, quer relativamente à livre circulação dentro de cada um dos Estados-membros. Nós temos feito isso, e vamos continuar a fazer isso”, afirmou o primeiro-ministro. 

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, comentou as palavras de Merkel, relembrando que, no passado, foi Portugal a queixar-se da Alemanha. “O que diz a chancelerina corresponde àquilo que se passa na Europa, onde cada país decidiu e decide unilateralmente” sobre quem pode entrar e sair do seu território, bem como “quais as formas de restrição interna” à mobilidade, afirmou.

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