Covid-19 em Portugal: mais 11 mortes e 575 infectados. R(t) sobe para 0,91

Há actualmente 712 pessoas internadas com covid-19 nos hospitais portugueses e 155 em unidades de cuidados intensivos — os números mais baixos desde Outubro.

Portugal registou mais 11 mortes e 575 novos casos de infecção pelo novo coronavírus, o que corresponde a um aumento de 0,07%, de acordo com os dados mais recentes da Direcção-Geral da Saúde. Este é o número de novos casos mais alto da última semana — desde dia 17 de Março, data em que foram registados mais 673 infectados.

Há menos 31 pessoas internadas nos hospitais portugueses, contabilizando-se agora um total de 712 pacientes hospitalizados com covid-19. Por outro lado, registam-se menos quatro pessoas em unidades de cuidados intensivos, num total de 155. Desde Outubro que não havia tão poucos pacientes internados e em cuidados intensivos com a doença.

Divulgados no boletim desta quarta-feira da Direcção-Geral da Saúde, os dados correspondem à totalidade de terça-feira. No total, o país contabiliza 16.805 óbitos por covid-19 e 818.787 casos confirmados desde Março.

Segundo os dados que constam do boletim, Lisboa e Vale do Tejo soma 46% dos novos casos reportados esta quarta-feira, tendo registado mais 262 infectados e seis mortes. Já a região Norte contabiliza mais 142 casos (25%) e uma vítima mortal.

Recuperaram da doença mais 752 pessoas, contabilizando-se agora um total de 769.838 recuperados. Há ainda a registar menos 188 casos activos de infecção, num total de 32.144.

De acordo com as mais recentes medições epidemiológicas, o país mantém-se na “zona verde”. Actualmente, o índice de transmissibilidade – conhecido como R(t) – mantém-se abaixo de 1, a meta estabelecida por António Costa como potencial travão para o descofinamento. Este valor está actualmente nos 0,91 em Portugal continental, assumindo o mesmo valor se juntarmos aos cálculos os arquipélagos da Madeira e Açores.

Relativamente à taxa de incidência – que deverá permanecer abaixo dos 120 casos por cem mil habitantes a 14 dias –, o país também se mantém na área verde. Neste momento, Portugal continental regista 67,7 casos por cem mil habitantes. Se contabilizarmos também Madeira e Açores, esta contabilização sobe para 77,6, valor abaixo da meta estabelecida no plano de desconfinamento.

As 11 vítimas mortais identificadas nos dados desta quarta-feira incluem dois homens entre os 50 e 59 anos; e três homens e seis mulheres (82% das mortes reportadas esta quarta-feira) com mais de 80 anos — a faixa etária mais afectada em termos de óbitos.

O Norte contabiliza um total acumulado de 329.797 casos confirmados desde o início da pandemia, sendo a zona do país com maior número de infecções. Seguem-se Lisboa e Vale do Tejo, com 310.261 casos; o Centro, com 116.814 casos (mais 68 em relação ao dia anterior); o Alentejo, com 28.936 casos (mais seis) e o Algarve, com 20.550 infectados (mais 53). O arquipélago dos Açores regista um total de 3994 casos de infecção (mais cinco) e a Madeira contabiliza 8435 casos (mais 39).

Lisboa e Vale do Tejo regista 7104 mortes por covid-19 acumuladas desde Março, a região Norte 5295 e o Centro soma 2994 mortes (mais quatro). O Alentejo e o Algarve mantêm-se com 967 e 351 mortes, respectivamente, não tendo reportado nenhuma vítima mortal esta quarta-feira. Os arquipélagos dos Açores e da Madeira também não contabilizaram nenhuma morte por covid-19, segundo o boletim, mantendo-se com um total 28 e 66 óbitos.

Incidência continua a descer, mas Rt sobe

A incidência cumulativa a 14 dias da covid-19 em Portugal tem mantido uma “tendência de descida” em todo o território nacional, mas o Rt tem vindo a aumentar, segundo explicou André Peralta Santos, da Direcção-Geral da Saúde, na reunião desta terça-feira no Infarmed. Os dados confirmam esta tendência, uma vez que na terça-feira a incidência em Portugal continental era de 70,3 casos por cem mil habitantes (um valor superior aos 67,7 casos registados esta quarta-feira) e o Rt no continente era de 0,88 (tendo subido para 0,91).

Segundo André Peralta Santos, “já são poucos os municípios” com uma incidência superior ao limite (de 120 casos por 100 mil habitantes) da zona de conforto estabelecido pelo Governo para desconfinar [o país]. Os concelhos acima deste limite estão “um pouco dispersos por todo o território, mas sem ocuparem áreas de grande densidade populacional como a zona do Grande Porto e Grande Lisboa”.

Contudo, no que diz respeito à variação da incidência, entre 14 e 20 de Março, mais de 30 municípios registaram um crescimento igual ou superior a 30 novos casos por 100 mil habitantes no período em análise.

A maior incidência da doença tem acontecido na faixa etária entre os 20 e os 30 anos, verificando-se uma “redução acentuada no grupo da população mais sénior”, revelou, por sua vez, Baltazar Nunes, epidemiologista do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge. Contudo, os contactos na faixa etária de 70 ou mais anos têm aumentado nas últimas semanas.

Já Henrique de Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, explicou que globalmente, e de acordo com os dados da Direcção-Geral da Saúde, a letalidade entre os casos diagnosticados tem permanecido à volta de 2%. Porém, este valor varia de acordo com os momentos da evolução da pandemia, as regiões, a idade e o género.

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