Mayan não teve “vendaval liberal”, ficou-se pela “onda sustentada”

O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal correu o risco de ficar em último lugar, mas acabou por subir um lugar.

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Tiago Mayan Gonçalves foi considerado o candidato revelação das presidenciais LUSA/ESTELA SILVA

Foi considerado o candidato-revelação durante a campanha para as presidenciais, mas o brilho da mensagem política de Tiago Mayan Gonçalves não convenceu o eleitorado que não se revê nem em Marcelo Rebelo de Sousa nem no discurso mais radical e mais extremista do Chega.

Tiago Mayan Gonçalves tinha prometido um “vendaval liberal”, mas a promessa feita na campanha presidencial não vingou. Ao longo da noite eleitoral, havia uma grande expectativa em relação ao seu resultado, alimentado pelas primeiras projecções das televisões, mas, à medida que os resultados foram conhecidos, a candidatura percebeu que, afinal, o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal (IL) não seria um dos vencedores da noite eleitoral, embora ninguém tivesse falado em derrota.

À hora em que discursou aos jornalistas, pelas 22h45, ainda sem resultados finais fechados, Tiago Mayan falou do “sucesso” da sua candidatura e do resultado que obteve e que o colocavam, na altura, em penúltimo lugar, à frente de Vitorino Silva.

Quando subiu ao palco da sala onde funcionou o quartel-general da candidatura, instalado na zona da Foz, no Porto, Mayan falou de Marcelo Rebelo de Sousa para dizer que tinha felicitado o Presidente da República – que foi um dos seus alvos durante a campanha – pela vitória que alcançou. E justificou a alusão ao recém-eleito Presidente da República: “O sucesso do seu mandato será o sucesso de Portugal”. E depois focou-se na campanha e no crescimento que o partido teve nestas eleições.

“Foi uma campanha bonita! (...) Avancei porque havia um espaço político em Portugal que iria ficar sem voz”, disse, afirmando que o seu projecto político representa uma “alternativa liberal, humanista e tolerante”. “Valeu a pena”, acrescentou, sublinhando que os “números da noite sinalizam a onda liberal” e a “subida da Iniciativa Liberal”. E deixou um sinal para o seu eleitorado. “Se depender de mim, o extremismo não vencerá. O resultado desta noite é uma janela de esperança para Portugal porque é possível fazer diferente”, vaticinou.

 Falando sempre num tom distendido, o advogado portuense insistiu na ideia de que “valeu a pena ter saído do sofá” e fazer aquilo em que acredita. Assumindo sempre o resultado como um “sucesso”, Tiago Mayan mostrou total disponibilidade para ajudar o partido do qual é fundador. “Estarei sempre disponível para aquilo que ele representa que é um Portugal mais liberal”, disse.

Já na parte das perguntas dos jornalistas, o candidato que protagonizou uma candidatura contra “populismos, socialistas e extremistas” concluiu que o resultado que alcançou este domingo nas eleições “demonstra o crescimento evidente do partido e das propostas liberais”. “Hoje é uma noite de vitória!”, afirmou.

O tom usado pelo presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, foi idêntico. “Acima de todas as expectativas, conseguimos fazer uma campanha notável, sem espalhafato e sem protagonistas messiânicos e conseguimos um resultado notável”, disse Cotrim Figueiredo, sublinhando que “este é um projecto do futuro. O futuro será mais liberal”. “Ele representa a afirmação das ideias liberais e não nos refugiamos em excessos de protagonismos, em espalhafatos”, declarou, numa óbvia alusão a André Ventura.

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