Marcelo recandidata-se: “Não vou fugir às minhas responsabilidades”

Marcelo Rebelo de Sousa anunciou a sua decisão no mesmo local que em 2016 foi a sede da sua candidatura. As eleições presidenciais estão agendadas para 24 de Janeiro de 2021.

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Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito em 2016 com 52% dos votos Nuno Ferreira Santos
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Nuno Ferreira Santos
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Com três palavras “simples e directas”, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou nesta segunda-feira que se recandidata à Presidência da República para “mudar Portugal para melhor”, com um propósito e compromisso: “Cada português conta.” O agora recandidato à Presidência da República comprometeu-se a evitar a “crispação” e garantir “o pluralismo democrático”. Marcelo Rebelo de Sousa diz que Portugal precisa de um “Presidente independente” que não “instabilize, mas estabilize” e “que não divida, mas una os portugueses”.

O actual Presidente da República afirmou que não se recandidatar seria “sair a meio de uma caminhada exigente e penosa”. “Não vou fugir às minhas responsabilidades e trocar o que todos sabemos que serão as adversidades e as impopularidades de amanhã pelo comodismo pessoal ou familiar de hoje”, declarou Marcelo. “Cumpro um dever de consciência”, acrescentou.

O chefe da nação anunciou a sua recandidatura ao cargo de Presidente da República numa pastelaria ao lado do Palácio de Belém, local que, nas eleições de Janeiro de 2016, foi a sede da sua candidatura e onde lançou o livro da sua candidatura. Marcelo Rebelo de Sousa chegou a pé, a partir do Palácio de Belém, e subiu ao púlpito sozinho, com a bandeira portuguesa atrás de si. 

Marcelo Rebelo de Sousa recandidata-se, disse, porque o país tem “uma pandemia a enfrentar e uma crise para vencer” e que vê nisso uma oportunidade para “melhorar a economia e reforçar a coesão social e territorial” e “combater a pobreza e exclusão”. O Presidente da República não demorou a apelar ao voto e dirigindo-se aos portugueses desafiou-os a “renovar a confiança em quem conheceis semana após semana, há pelo menos 20 anos, e em especial nestes cinco anos vividos em comum, não apenas em palavras, mas também de actos ou conhecer alguém diferente. “Humildemente, aguardo o vosso veredicto. Tenho a certeza de que, seja ele qual for, será para o bem de Portugal”, declarou.

Antes de anunciar a sua decisão, Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre a escolha do local para o anúncio e saudou os seus adversários na corrida a Belém. “Defendo há muito tempo que deve haver debates frente a frente com todos os candidatos e assim farei”, compromete-se.

Marcelo diz que o país precisa de um “Presidente independente"

Ainda que se assuma como independente e que conte com o apoio da direita, o primeiro “empurrão” ao segundo mandato presidencial de Marcelo foi dado pelo primeiro-ministro, António Costa, ainda em Maio, durante a visita de ambos às instalações da Autoeuropa, em Palmela. Desde então, o Presidente da República fugiu sempre à pergunta sobre a sua recandidatura e quis manter a sua decisão em aberto, o que lhe valeu críticas de outros candidatos, como Ana Gomes, João Ferreira e André Ventura. No início deste mês (e já depois de ter marcado as eleições presidenciais), Marcelo procurou justificar o seu compasso de espera explicando que esperou por um momento em que ainda precisava de intervir “como Presidente da República no quadro do estado de emergência antes de tomar a decisão e comunicá-la aos portugueses”.

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Marcelo Rebelo de Sousa apelou aos portugueses para que renovem a confiança em "alguém que conhecem há 20 anos" Nuno Ferreira Santos

Marcelo justificou a demora no anúncio

Nesta segunda-feira, o actual Presidente da República voltou a justificar-se para dizer que quis “convocar as eleições como Presidente, antes de avançar como cidadão” e porque, “perante o agravamento da pandemia”, quis “tomar questões essenciais sobre a declaração de estado de emergência, as suas renovações e a sua projecção até Janeiro, em tempos tão sensíveis como Natal e fim do ano, como Presidente e não como candidato”.

Marcelo Rebelo de Sousa candidata-se com 71 anos (completa 72 anos a 12 de Dezembro). Em 2016, Marcelo foi eleito na primeira volta com 52% dos votos. Professor catedrático de Direito jubilado, antigo presidente do PSD e comentador político televisivo, assumiu a chefia do Estado em 9 de Março de 2016.

Na sua declaração, a poucos metros do Palácio de Belém, asseverou: “Sou exactamente o mesmo. Orgulhosamente português e por isso universalista. Convictamente católico e por isso dando primazia à dignidade da pessoa. Ecuménico e contrário a um Estado confessional. Assumidamente republicano e por isso avesso a nepotismos e corrupções. Determinadamente social-democrata e defensor da democracia e da liberdade, toda ela. Sou exactamente o mesmo na visão de Portugal.”

As eleições presidenciais estão agendadas para 24 de Janeiro de 2021

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