Covid-19: Trump foi o principal impulsionador de fake news sobre a pandemia, diz estudo

Entre as várias desinformações sobre a pandemia que relacionadas com Trump, a mais difundida foi a sugestão de uma injecção de desinfectante para combater o vírus e a promoção da hidroxicloroquina como medicamento eficaz na prevenção e mitigação do SARS-CoV-2.

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LUSA/Chris Kleponis / POOL

O Presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, foi, possivelmente, a pessoa que mais contribuiu para a propagação da desinformação sobre a pandemia, segundo um estudo divulgado esta quinta-feira pela Universidade Cornell.

De acordo com esta instituição académica, a Alliance for Science (Aliança para a Ciência), da Universidade Cornell, analisou cerca de 38 milhões de artigos, publicados em inglês, em órgãos de comunicação social tradicionais, entre 1 de Janeiro e 26 de Maio de 2020.

A investigação inclui artigos publicados, em particular, nos Estados Unidos, no Reino Unido, na índia, na Irlanda, na Austrália e na Nova Zelândia, assim como em alguns países de África e da Ásia. Os resultados estão explanados no artigo científico de 13 páginas “Coronavirus misinformation: quantifying sources and themes in the covid-19 ‘infodemic'”.

O fenómeno foi denominado como “infodemia”, ou seja, uma “pandemia de desinformação”, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Alliance for Science encontrou um total de 522.400 artigos publicados com informações falsas relacionadas com a pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus. “Descobrimos que as menções nos órgãos de comunicação social ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dentro do contexto de desinformação sobre a covid-19 constituem, de longe, a maior parte da ‘infodemia'”, explicita o estudo.

As menções a Trump compõem “37,9% do conjunto” de fake news sobre a covid-19. Por essa razão, a Universidade Cornell concluiu o Presidente dos EUA “foi, provavelmente, o maior transmissor de ‘infodemia’ de desinformação” sobre a covid-19.

Contudo, o relatório também especifica que apenas 16,4% da desinformação espalhada pela web foi alvo de verificação, “sugerindo que a maioria da desinformação sobre a covid-19 foi transmitida pelos media sem ser questionada ou corrigida”.

Entre as várias desinformações sobre a pandemia que relacionadas com Trump, a mais difundida foi a sugestão do chefe de Estado norte-americano, em 24 de Abril, de uma injecção de desinfectante para combater o novo coronavírus.

A promoção da hidroxicloroquina como medicamento eficaz na prevenção e mitigação do SARS-CoV-2 também foi uma das desinformações de Trump com maior propagação. Teorias da conspiração e alegadas curas para a covid-19 são os tópicos mais abundantes no “mar de desinformação” sobre a pandemia.

Esta sexta-feira, o Presidente norte-americano Donald Trump anunciou que infectado com o novo coronavírus, juntamente com a primeira-dama Melania Trump.

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