Turismo europeu cai 75% em quatro meses

No sector, a maior quebra de vendas registou-se nas agências de viagens e operadores turísticos, com menos 83,6% em Junho em comparação com Fevereiro.

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Nuno Ferreira Santos

O sector dos serviços de turismo caiu 75% na União Europeia (UE) em Junho de 2020, face a Fevereiro do mesmo ano, último mês antes da economia mundial ser afectada pela pandemia de covid-19, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat.

No geral, todos os sectores dos serviços da UE viram o seu volume de negócios decrescer nesse período, havendo uma queda de 16,4% entre Fevereiro e Junho no total. Contudo, foi o turismo que se destacou pela negativa naquele que costuma ser o mês em que a época alta se inicia na Europa. 

Dentro do turismo, a maior quebra deu-se nas agências de viagens e operadores turísticos, com menos 83,6%, seguidos pelos transportes aéreos (-73,8%), alojamento (-66,4%) e restaurantes (-38,4%), indica o gabinete estatístico europeu.

Ainda assim, houve uma recuperação em Junho face a Abril em diversos sectores como a restauração (sector que em 2017 teve um peso de 1,6% no valor acrescentado bruto (VAB) europeu, mais precisamente 96,4 mil milhões de euros) e o alojamento (1,3% do VAB em 2017, com 79 mil milhões). De notar que, em Abril, a maioria dos países europeus estava em confinamento, com Portugal ainda a estado de emergência, decretado em meados de Março.

Em comparação com Abril de 2020, em Junho, o sector do transporte aéreo teve uma ligeira recuperação. Já o sector das agências de viagens e operadores turísticos encontrava-se em Junho no mesmo nível que estava em Abril. Quer o transporte aéreo, quer as agências de viagem e operadores turísticos têm menor impacto na economia visto que representavam, em 2017, aproximadamente 0,5% e 0,3% do VAB europeu - o que não significa que a quebra acentuada não seja intensa para a economia europeia.

No que diz respeito ao emprego, entre os sectores analisados pelo Eurostat, o que tinha menos peso era o transporte aéreo, correspondendo a 0,2% do emprego na Europa em 2017. Já os restaurantes e alojamento representavam 4% e 1,9%, respectivamente, dos postos de trabalho da UE.

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