Bolsonaro tem de “responder pelos crimes que está cometendo”, dizem dirigentes da esquerda

Líderes da esquerda brasileira pedem ao Presidente brasileiro que se demita. Manifesto tem assinatura de três ex-candidatos presidenciais, Fernando Haddad, Ciro Gomes e Guilherme Boulos, entre muitas.

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Fernando Haddad, com Manuela d'Ávila e Guilherme Boulos, os três assinam o manifesto Marcelo Chello/EPA

Numerosos líderes da esquerda brasileira escreveram um manifesto a pedir ao Presidente Jair Bolsonaro que renuncie voluntariamente ao seu cargo, por não ter condições para governar e porque o processo de destituição (impeachment) do chefe de Estado é um processo moroso, não compatível com a urgência do combate à pandemia do coronavírus.

“Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia”, diz o manifesto, citado pelo site do Estadão, que conta com a assinatura dos três principais candidatos de esquerda nas últimas eleições presidenciais, Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL). “Bolsonaro é mais do que um problema político, tornou-se um problema de saúde pública”, refere o texto.

“Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo pelo nosso povo”, acrescenta o manifesto que inclui ainda entre os signatários a líder do PT, Gleisi Hoffmann, a senadora Manuela D’Ávila (PCdoB), que foi candidata a vice-Presidente de Haddad, e o governador do Maranhão, Flávio Dino.

Para os dirigentes de esquerda chegou a hora de dizer “basta” a um Presidente que “comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável”. Numa altura em que o Brasil precisa “de união para enfrentar a pandemia, o chefe de Estado “contraria as autoridades de saúde pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários”.

Os líderes de esquerda defendem na carta um plano de emergência que implemente o rendimento básico permanente para trabalhadores desempregados e informais, suspensão da cobrança dos contratos dos serviços básicos, proibição de demissões com apoio do Estado aos sectores mais afectados com financiamento subsidiado e a criação de um imposto sobre as grandes fortunas. Além da importação em massa de testes e equipamentos de protecção.

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