Rangel desafia Costa a reconduzir Moedas na Comissão Europeia

Candidato às europeias tentou disfarçar o incómodo das declarações de Carlos Moedas que elogia o Governo do PS. No primeiro-dia de campanha, José Pedro Aguiar-Branco vai passear por Matosinhos ao lado de Paulo Rangel.

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Carlos Moedas foi escolhido para mandatário nacional do PSD às eleições europeias LUSA/PAULO NOVAIS

Paulo Rangel, cabeça de lista do PSD ao Parlamento Europeu, defendeu neste domingo, a recondução do comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, ao mesmo tempo que desafiou o primeiro-ministro, António Costa, a “pensar seriamente” no assunto, para da continuidade à “obra magnífica” que tem desempenhado na Comissão Europeia.

Reagindo a uma entrevista de Carlos Moedas ao DN e à TSF na qual elogiou o Governo, afirmando que o executivo do PS teve o mérito de “continuar um rumo de credibilidade em relação às contas públicas”, Paulo Rangel tentou disfarçar o incómodo das declarações do comissário europeu e propôs: “Já agora lanço daqui esse repto: em vez de António Costa estar a fazer, como está a fazer, projecções várias sobre comissários nas eleições europeias que são para o Parlamento Europeu, podia pensar seriamente numa pessoa como Carlos Moedas para continuar a obra magnífica na Comissão Europeia”.

O cabeça de lista do PSD, que falava aos jornalistas, em Vila do Conde, no âmbito de uma iniciativa de campanha, disse que as declarações do mandatário nacional do PSD às eleições europeias devem ser lidas no plano da “retribuição de cortesia”, uma vez que o actual comissário europeu “tem sido elogiado por todos os partidos”.

Ao ser questionado uma vez mais sobre o que disse Moedas na entrevista, o candidato do PSD tentou mostrar alguma sintonia no partido sobre o executivo de Costa, precisando que aquilo que o comissário europeu disse, “em rigor, não colide” com o que o PSD tem dito sobre a actuação do Governo. “Nunca dissemos que não havia contas certas, que não estão a ser cumpridas as metas. O que nós dizemos é que o Serviço Nacional de Saúde está em má situação”, esclareceu, aproveitando para criticar as opções políticas do Governo que – sublinhou – “cortou no investimento público na saúde”.

Rangel estava mais interessado em comentar um tema que o Jornal de Noticias destaca na sua edição deste domingo que diz que “há mais mortes maternas devido a gravidezes tardia”, do que dar gás à entrevista de Moedas. “Nós apresentamos em 2018 números, seja na mortalidade das mães, seja na mortalidade das crianças, números que não tínhamos há 20 anos. Há um custo que estamos a pagar das políticas deste Governo”, apontou o candidato.

O antigo ministro da Justiça e da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, vai juntar-se a Paulo Rangel numa iniciativa de campanha do PSD para as europeias, que decorre na tarde deste domingo, na zona da marginal de Matosinhos. À noite, em Penafiel, é a vez do presidente do partido, marca presença num jantar onde estão anunciados 2000 pessoas.

Na véspera da abertura oficial da campanha para as europeias, o PSD escolheu o concelho da Póvoa de Varzim para uma visita à feira da Estela onde o cabeça de lista do PSD distribuiu canetas com o símbolo do partido às pessoas com quem se cruzava. Apesar de Rangel jogar em casa – Póvoa de Varzim é um concelho social-democrata – o candidato a eurodeputado não terá conquistado muitos apoios.

Vila do Conde foi a segunda etapa da visita do candidato. Rangel deu uma volta num barco no Rio Aves para se inteirar dos problemas que os pescadores locais apontam ao porto de pesca.

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