Advogado que liderou camionistas e parou o país acusado de burla

O vice-presidente do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas, Pedro Pardal Henriques, enfrenta uma queixa-crime por burla superior a 85 mil euros no DIAP.

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LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O advogado e vice-presidente do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas é alvo de queixas por parte de alguns clientes e tem, pelo menos, um processo por burla contra ele no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, noticiou o Diário de Notícias na edição deste sábado.

Pedro Pardal Henriques, que ajudou a parar o país esta semana, é acusado por um empresário francês de ter uma dívida no valor de 85 mil euros e ainda outros pequenos montantes pagos por serviços jurídicos nunca prestados. O advogado, de 41 anos, ter-se-á comprometido a comprar uma propriedade em Portugal em nome do empresário – mas nunca o fez.

O investidor francês, reformado e a viver entre Portugal e França, tem negócios em plásticos decorativos. Apesar de se ter identificado ao DN, preferiu manter o anonimato e foi a sua gestora de negócios, Lysiane Lecoeur, que contou o caso ao jornal alegando que é, também ela, uma vítima da má prática do advogado.

De acordo com o relato do DN, para não pagar, o advogado alegava que a conta de onde podia tirar o dinheiro estava “congelada pelo Banco de Portugal”. Prometia resolver, mas até hoje não pagou.

Para além desta situação, o DN ressalta o facto do advogado, que está à frente de uma estrutura sindical, nunca ter sido motorista de matérias perigosas. Esta é uma situação invulgar, mas protegida pelos estatutos que permitem desempenhar funções na Associação Sindical as pessoas que “exerçam a actividade de motorista de matérias perigosas”, ou “tenham exercido a actividade de motorista de matérias perigosas, e que, pela prática de actos relevantes contribuam para o prestígio e desenvolvimento da Associação” e “desenvolvam actividades de interesse ou interligadas com os objectivos e fins da Associação”.

O DN tentou contactar o vice-presidente e o presidente do sindicato – Francisco São Bento – mas sem sucesso.

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