Costa aposta em Pedro Nuno Santos para ministro das Infra-estruturas

Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares é jovem e tem experiência governativa, um perfil que encaixa nas orientações definidas no congresso do PS

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Pedro Nuno Santos é um dos rostos da actual solução governativa, assegura a ligação do Governo aos parceiros da esquerda Rui Gaudêncio / Publico

Pedro Nuno Santos deve deixar em breve a Secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares para assumir o lugar do ministro Pedro Marques, que tutela a pasta do Planeamento e das Infra-estruturas e que está de saída do Governo, rumo ao Parlamento Europeu (PE).

A notícia foi avançada nesta tarde pelo Expresso e confirmada pelo PÚBLICO que, em Janeiro, escreveu que o primeiro-ministro iria optar por uma solução interna para o lugar de Pedro Marques, por outro jovem. O PÚBLICO confrontou nesta quinta-feira o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares sobre o convite do primeiro-ministro, mas Pedro Nuno Santos não quis comentar.

Embora oficialmente ainda não tenha sido revelado, Pedro Marques é a escolha de António Costa para liderar a lista do PS às eleições europeias de 26 de Maio, e a sua saída implica alguns acertos na composição do executivo. Com Pedro Marques, caem os seus dois secretários de Estado: Nélson de Souza (Desenvolvimento e Coesão); e Guilherme d’Oliveira Martins (Infra-estruturas), que podem, contudo, vir a reingressar no Governo.

Ao escolher Pedro Nuno Santos para uma pasta ministerial, Costa premeia um membro do Governo que é o responsável pelo sucesso da solução governativa. E, por outro lado, reforça a componente política no executivo.

O facto de a legislatura estar a menos de um ano do fim obrigou Costa a gerir com grande parcimónia os convites. Membro do secretariado nacional do PS, Pedro Nuno Santos, de 42 anos, tem experiência política e governativa, características que encaixam no perfil que o PÚBLICO descreveu em Janeiro. Desta forma, o primeiro-ministro escolhe alguém que assegura a renovação geracional dos quadros políticos do PS que preconizou como secretário-geral do partido no congresso do ano passado, na Batalha.

Quando há quatro meses, o primeiro-ministro faz uma mini-remodelação à boleia da saída do ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, que pediu a demissão por causa do assalto de Tancos, houve no Governo quem estranhasse que Pedro Nuno Santos não tivesse ascendido a ministro. Costa não o chamou para uma pasta ministerial porque já tinha pensado nele para substituir Pedro Marques quando este deixasse o Governo para liderar a lista ao Parlamento Europeu (PE).

Uma das principais responsabilidades do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares nesta legislatura foi negociar os Orçamentos do Estado com os parceiros do Governo. É por ele que passa a articulação com os partidos à esquerda do PS para garantir o apoio em questões consideradas decisivas para a governação.
Ainda não se sabe quem vai ocupar a Secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares nem as duas secretarias de Estado ficam vagas com a saída de Pedro Marques.

A confirmação oficial destas mudanças não deverá acontecer antes do final da próxima semana, que terminará com a convenção europeia do PS, a 16 de Fevereiro, em Vila Nova de Gaia. Nessa altura, António Costa deverá confirmar as suas escolhas para a lista do partido às eleições europeias e, ao mesmo tempo, anunciar as mudanças no executivo.

Nesta quinta-feira à noite, à entrada para a reunião da comissão política nacional do PS, Costa optou por não dizer que Pedro Marques encabeçaria a lista ao PE, mas lá dentro o assunto não deixaria de ser abordado.

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