Turismo em Portugal valeu 26,7 mil milhões de euros em 2017

Dados do INE, referentes à conta satélite, mostram uma subida de 14,5% em 2017, período em que o sector passou a pesar 13,7% do PIB.

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Crescimento do sector tem permitido criar novos postos de trabalho Nelson Garrido

A dinâmica do turismo em Portugal tem permitido mais receitas e a criação de postos de trabalho, com os dados do INE divulgados esta segunda-feira a mostrarem que a procura turística (consumo por parte de estrangeiros e residentes) subiu para os 26,7 mil milhões de euros em 2017, mais 14,5% face a 2016, e passou a pesar 13,7% do PIB (1,2 pontos percentuais acima). Ao nível do valor acrescentado bruto (VAB) gerado pelo sector, este subiu 13,6% para os 12,6 mil milhões (equivalente a 7,5% do VAB nacional).

Na informação hoje apresentada pelo INE, referente à conta satélite do turismo, este são os únicos dados referentes a 2017. De resto, a informação mais pormenorizada reporta-se a 2016. Nesse ano, de acordo com o INE, o turismo receptor (não residentes) representou 63,1% do total, quando em 2015 esse peso era de 61,8%. Ou seja, o que os dados confirmam é que muito do crescimento do sector tem sido suportado pelos estrangeiros, com destaque para os sectores do alojamento (26,5% do total das despesas feitas pelos visitantes que pernoitam em Portugal) restauração e bebidas (26%), e transportes (20,6%).

Mais de 400 mil empregos

Em 2016, diz o INE, o emprego nas actividades mais ligadas directamente ao turismo atingiu os 416.817 postos de trabalho (aqui calculados enquanto equivalente a tempo completo, ou seja, dois empregos em part-time de 4 quatro horas dia, por exemplo, contarão como um emprego), uma subida de 4,8% face a 2015 (esse crescimento em Portugal foi de 2,1%).

Ao todo, o sector do Turismo já representa 9,4% do total do emprego em Portugal. Actualmente, o peso deverá ser superior, já que o ano de 2017 foi bastante positivo para o turismo.

Os sectores mais dinâmicos foram os ligados às agências de viagens, operadores e guias turísticos, e aos hotéis e similares. O maior peso mantém-se, de longe, na restauração, responsável por 47% dos postos de trabalho. Este último sector é, também, o que tem salários mais baixo: tomando a média como 100%, o vencimento da restauração estava nos 85,4% em 2016, enquanto o de transporte de passageiros estava nos 144,1%.

Os dados dos INE dão também nota que o peso do emprego não remunerado “tem vindo a aumentar nos  hotéis e similares, em sentido oposto ao que se tem observado nos restaurantes e similares”. Isto, diz o organismo nacional de estatística, “poderá ser parcialmente explicado pelo crescimento do alojamento local”, em que o rendimento é obtido por via do aluguer do imóvel e não via contrato de trabalho com salário fixo.

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