Dois chefes de governo e uma comissária para lançar concurso de 20 quilómetros de via férrea

A cerimónia de lançamento do concurso público, a realizar em Elvas, vai contar com a presença de António Costa, de Mariano Rajoy e da comissária europeia da mobilidade, Violeta Bulc.

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A cerimónia de lançamento do concurso público, a realizar em Elvas, vai contar com a presença de António Costa, de Mariano Rajoy e da comissária europeia da mobilidade, Violeta Bulc. LUSA/JUAN CARLOS HIDALGO
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A cerimónia de lançamento do concurso público, a realizar em Elvas, vai contar com a presença de António Costa, de Mariano Rajoy e da comissária europeia da mobilidade, Violeta Bulc. LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

A linha entre Évora e Elvas, numa extensão de 80 quilómetros, que permitirá completar o corredor ferroviário Sines – Badajoz, já deveria ter entrado em obras até ao fim deste mês, de acordo com os planos do governo apresentados para o sector, mas só amanhã será lançado o concurso público e apenas para os primeiros 20,5 quilómetros entre Évora e Freixo. O restante será lançado ao longo deste ano. O atraso do projecto soma mais de um ano.

Ainda assim, a cerimónia de lançamento do concurso público, a realizar em Elvas, vai contar com a presença de António Costa, de Mariano Rajoy  e da comissária europeia da mobilidade, Violeta Bulc.

Na mesma altura será assinada a consignação da modernização de um troço de 11 quilómetros entre Elvas e a fronteira do Caia que, segundo o Plano de Investimentos Ferrovia 2020, já deveria estar concluído em Dezembro passado, registando-se, neste caso, um atraso de nove meses.

A presença do chefe de governo espanhol vem reforçar que existe sintonia entre os dois países no que diz respeito às ligações fronteiriças e em particular à polémica questão da bitola (distância entre carris) que é a mesma entre Portugal e Espanha e irá continuar a ser por mais umas décadas. Os dois países acordaram que as novas linhas de acesso à raia serão construídas com travessas polivalentes que permitirão – se e quando chegar o momento - adaptar os carris à bitola europeia.

O encontro entre os dois líderes ocorre duas semanas depois da comissária Violeta Bulc ter instados os dois estados membros a completarem rapidamente a linha transfronteiriça Sines – Badajoz aproveitando-a também para tráfego de passageiros. Uma semana antes, António Costa dizia que o TGV é um tabu em Portugal e que iria sê-lo por muito tempo.

Longe vai o tempo em que Sócrates anunciou a adjudicação do famoso troço Poceirão – Caia. Foi em Dezembro de 2009. O projecto previa que entre Évora e Elvas se construíssem três linhas paralelas: uma via dupla para a alta velocidade e uma via única para mercadorias. Agora, só sobrou a via única que, além de comboios de carga, deverá também servir para passageiros.

Segundo o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, a futura linha até à fronteira permitirá colocar Badajoz a 30 minutos de Évora e a duas horas de Lisboa.

O abandono do projecto do TGV levou os espanhóis a reprogramarem a sua linha de alta velocidade entre Badajoz e Madrid. O mínimo que se pode dizer é que esta tem vindo a ser construída calmamente, sem pressas, mas preparada para vir um dia a integrar a rede Alta Velocidad Española. Para já, no entanto, está a ser feita em bitola ibérica e só para comboios diesel.

 

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